A osteoporose, doença caracterizada pela perda óssea, é considerada uma enfermidade que traz muitos riscos, podendo, até mesmo, ser fatal. No Espírito Santo, 2.037 pacientes são atendidos com medicamentos para a doença, de acordo com dados da Gerência de Assistência Farmacêutica da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).

Em todo o país, a doença afeta cerca de 10 milhões de brasileiros, segundo dados da Fundação Internacional da Osteoporose. O maior problema da osteoporose está na ação silenciosa, que resulta na procura tardia do paciente a um especialista.

A doença é considerada a segunda maior em nível nacional. Com a necessidade de conscientizar a população sobre a prevenção, que mesmo sendo tratável, ainda afeta e leva muitas pessoas a morte, o dia 20 de Outubro foi instituído como o Dia Mundial da Osteoporose.

O ortopedista Thanguy Gomes explica que a doença não apresenta sintomas e que alguns fatores podem influenciar no desenvolvimento da doença. “As pessoas aparecem com a massa normal e, quando percebem, possuem uma fratura. O histórico familiar, sedentarismo, pessoas com pouca massa muscular, que usam corticoides ou que estão sempre com muitas alergias podem desenvolver a doença”, diz.

Ele também traz um fator curioso: a doença pode afetar homens, mas se desenvolve, principalmente, em mulheres. “As mulheres precisam ficar mais atentas, principalmente, após a menopausa, que é quando ocorre a aceleração óssea”, explica.

A filha de Maria Stefanon da Silva sofre de osteoporose, e, mesmo com a genética, ela afirma que nunca imaginou estar com a doença. “Ela já fazia acompanhamento com ortopedista há mais de 15 anos. Depois de um tempo, começou a sentir muitas dores, mas nunca associou a osteoporose. Ela foi diagnosticada através de um exame de rotina, depois do ortopedista pedir a densitometria óssea – que detecta a baixa densidade óssea -. A minha avó também tinha e são coisas que causam muitas dores articulares”, comenta.

Maria Stefanon da Silva (ao centro) foi diagnosticada após um exame de rotina. Foto: arquivo pessoal

O ortopedista explica que a doença óssea pode ter três estágios, sendo a terceira a osteoporose. “Existem três estágios: O verde é o normal, condição óssea saudável; o amarelo é quando a pessoa possui osteopenia, quando ocorre perda de massa óssea sem reposição e o vermelho é a osteoporose, perda progressiva de massa óssea”, explica.

Prevenção

O ortopedista orienta que a prevenção da doença de osteoporose vai além do exame clínico. A orientação é praticar atividade física regularmente, manter uma alimentação rica em cálcio e em magnésio, se expor a luz solar para a obtenção da vitamina D e também ter atenção a reposição hormonal.

Osteoporose em mulheres

A falta do hormônio osteogênese, que tem , entre as funções, a fixação do cálcio no osso, pode trazer muitas complicações. Após a menopausa, se inicia a queda desse hormônio, por isso, a maior incidência de osteoporose ocorre em mulheres. A genética também é um fator importante, que influencia na incidência da doença. Quem já teve casos na família, precisa ficar atenta.

Thanguy Gomes explica que um grupo de mulheres possuem mais tendência a desenvolver a osteoporose. “Por causa da genética, mulheres brancas, pequenas e com pouca massa muscular são mais propensas a desenvolverem a doença”.

Ele ainda explica que é importante não só mulheres em idade mais avançadas se prevenirem ou buscarem tratamento. Apesar dos cuidados serem indicados para começarem bem antes, ele orienta uma idade específica para dobrar a atenção. “Para as mulheres, recomenda-se uma consulta preventiva a partir dos 35 de idade, para que não haja surpresas em um breve futuro”, recomenda.

Osteopenia x Osteoporose

A osteopenia é considerada o estágio anterior a osteoporose. Ela causa perda de massa óssea sem causar sintomas aparentes, é um processo mais brando que, se diagnosticado a tempo, pode ser revestido com a reposição de massa.

Apesar de não ser considerada uma doença, se não tratada, a osteopenia pode evoluir para a osteoporose, que produz um processo mais acelerado de perda e pode causar fraturas.

As duas doenças se caracterizam pela perda de massa óssea e são tratadas com o auxílio de hábitos saudáveis dos portadores, tanto na alimentação quanto nas atividades físicas, além da ingestão de medicamentos. A diferença é a velocidade em que ocorrem.

O diagnóstico é semelhante. Por se tratar de um mal silencioso, as duas precisam de exames para a constatação em fase inicial. Por a osteopenia não resultar em consequências tal qual a osteoporose, que possui as fraturas que indicam que algo está errado, as pessoas, principalmente as mais tendenciosas, precisam estar atentas às consultas preventivas.