Sete novas variantes do Sars-CoV-2 (novo coronavírus) estão em circulação no Espírito Santo, entre elas a B.1.1.7, descoberta no Reino Unido, e a P1, descoberta . Os dados foram apresentados pelo diretor do Laboratório Central do estado (Lacen-ES), Rodrigo Rodrigues, nesta segunda-feira (22).

Segundo Rodrigues, a B.1.1.7 é mais perigosa para jovens de até 30 anos e pode ter ligação com o aumento do número de mortes, casos e internações nos últimos dias no estado. Foi encontrada, ainda, uma mutação dessa variante, chamada de Delta 69/70, ou SGTF, que faz com que os infectados tenham maior carga viral.

Sobre a variante do Reino Unido, há dois epicentros no estado: os municípios de Barra de São Francisco, no Norte, e Piúma, no litoral Sul. Porém, de acordo com o diretor do Lacen, isso não exclui a região metropolitana, que pode ter casos em circulação. De acordo com diretor, os primeiros registros dela no Espírito Santo aconteceram entre os meses de novembro e dezembro de 2020.

Velocidade de transmissão

A velocidade de transmissão atual é a maior registrada desde o início da pandemia no estado, e pode ter ligação com a variante do Reino Unido aqui encontrada, concluiu o Lacen. "Isso pode explicar os recordes de óbitos dos próximos dias, e isso exige de todos atenção", enfatizou o secretário de estado da Saúde, Nésio Fernandes.

Para Rodrigues, fatores como a negação ao risco da doença, as interações sociais, a baixa cobertura vacinal, a relativização do uso de máscaras e o surgimento das novas variantes são o motivo desse novo pico de casos.

Isolamento social

O secretário Nésio Fernandes enfatizou que é necessário respeitar a violência atual da doença no país e que é preciso ter disciplina na proteção contra o vírus.

"É necessário que a população entenda que enquanto não houver cobertura vacinal acima de 80%, teremos que conviver com cotidiano diferenciado", declarou o secretário. Temos pacientes internados na rede pública de famílias muito ricas, com condições de comprarem leitos. Não há leitos para todos e não haverá leitos se não houver controle da doença no estado", alertou Nésio.

O diretor do Lacen alertou que as ações da população em respeitar a quarentena terão impacto entre os próximos 14 a 21 dias. "Quanto antes adotarmos o protocolo, antes voltaremos à vida normal", explicou o diretor do Lacen.