Em 8 de abril, teve início em Águas Lindas de Goiás (GO) a construção do primeiro hospital de campanha prometido pelo governo federal como medida de enfrentamento ao novo coronavírus (Sars-CoV-2). A previsão de conclusão das obras era de 15 dias, ao custo de R$ 10 milhões. A construção até foi entregue pelo Ministério da Infraestrutura em 23 de abril. Porém, um mês depois do anúncio, o hospital ainda não foi inaugurado.

E também não há uma estimativa de quando os 200 leitos prometidos estarão à disposição da população dos 33 municípios da Região do Entorno, além do Distrito Federal. Isso porque, mesmo com a construção pronta, o local ainda precisará receber equipamentos e profissionais, ambos de responsabilidade do Governo do Estado de Goiás.

A Secretaria de Saúde de Goiás, disse que "aguarda que o Ministério da Saúde repasse a gestão do hospital para a pasta".

O Ministério da Saúde, por sua vez, não informou o motivo do atraso na entrega. Mas afirmou que “irá enviar, ainda nesta semana, ofício para que o governo de Goiás providencie recursos necessários para o pleno funcionamento do Hospital de Campanha, que não estão inclusos no contrato".

Quando o hospital de Águas Lindas foi anunciado, o então ministro da saúde, Henrique Mandetta, afirmou que ele seria um molde para a parceria entre governo federal e estados.

"É uma maneira que a gente achou interessante. Vai ser o primeiro que o governo federal está fazendo por solicitação de governador. Vamos usar esse aqui de Águas Lindas como modelo para a gente adaptar um padrão de hospital de campanha do governo federal", afirmou Mandetta em 8 de abril.

Segundo o então ministro, o governo federal, por meio do Ministério da Infraestrutura, ficaria responsável pela construção hospital. A cargo do governo do estado estaria a operação, a oferta de maquinário, insumos e recursos humanos.

Durante a construção, o local recebeu a visita do presidente Jair Bolsonaro e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

Além do hospital de Águas Lindas, o então ministro Mandetta afirmou, em 11 de abril, que o governo iria construir um segundo hospital de campanha, em Manaus. A capital amazonense, na data, já tinha quase mil casos de coronavírus, sendo a quarta cidade do país com maior incidência da doença em números absolutos.

Questionado sobre a construção do hospital de campanha em Manaus, o Ministério da Saúde afirmou que o hospital “permanece em análise pela pasta”, sem qualquer definição sobre início das obras.