A política se assemelha a uma partida de futebol. Nos acréscimos, um time pode levar uma virada. Exemplo clássico aconteceu com o Botafogo no campeonato brasileiro de 2023. Estava com a taça na mão e levou invertidas dos adversários sempre nos últimos minutos e ficou em quinto lugar. O mesmo pode ser dizer em caso de eleições sejam quaisquer elas forem, para Executivo ou para Legislativo. As nuvens mudam de lugar rapidamente.

O caso recente desta semana com a nota pública do Vereador Júnior Correa (PL) de Cachoeiro de Itapemirim-ES, desancando o senador Magno Malta, presidente estadual da legenda, criou um mal estar dentro do partido e foi motivo de comemoração das demais possíveis pré-candidaturas. Franco favorido derreteu muitos ativos políticos com sua manifestação de insatisfeito com o congressista capixaba. A nota foi mal confeccionada. Grande. Primária. Diminuiu a sua assessoria.

BENEFICIÁRIO

O vereador que era o adversário a ser batido nas eleições deste ano. Todos contra ele, cometeu erro crasso de movimentar o tabuleiro ante do momento certo. Neófito, aceitou fazer combinação em reunião com o deputado estaudual e presidente dos progressistas de Cachoeiro,Theodorico Ferraço (PP), em proposta de aliança com o MDB, presidido pelo vice-governador Ricardo Ferraço. Tudo sem combinar com o senador a quem acusou de descaso e indiferença às suas ligações e tentativas de contato. Sentiu-se diminuído.

A reunião gerou polêmica porque foi registrada em foto e divulgada. Estratégia padrão de Ferraço, a mais experiente raposa política do Espírito Santo, desde dos anos 60. Ferraço e Magno são água e óleo na política capixaba.  Caos instalado, o ex-prefeito e pré-cadidato a Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione, petista de carterinha, vai pavimentando caminho contando com sua experiência e apoio partidário; e com as brigas de vizinhos. Quanto mais o cenário dividio, melhor para o correligionário de Lula.

Claro, os demais possíveis pré-candidatos também estão fazendo novas contas, porque Juninho, como é conhecido para os mais próximo, deixou um vácuo na sua carta ao público de descontendamento com o senador. Pode e deverá sair do PL e se filiar ao PP de Ferraço, aonde sue pai, Zezé da Cofril, já está lá desde dezembro de 2023. Pode ser candidato pelo Progressista como pode reavaliar e não ser candidato a nada. Era tudo que os adversários queriam, uma falha no projeto de poder do PL que apostava antes do incidente suas fichas no vereador.

Agora, esperar a folia para saber qual bloco fora de época vem por aí. Se Magno lançar outro candidato pelo PL e Júnior decidir disputar pelo PP, aposta-se que perdem os dois. Ganham os adversários, com possível favoritismo para Casteglione, com sua identidade imutável, sem assombros e disputas internas. O petista não tem compromisso com Ferraço e nem com Magno. Pode até receber o apoio do PSB do governador Renato Casagrande, aliado de sempre do Partido dos Trabalhadores, o que não seria nenhuma novidade.