Dias após a enchente que assola o estado de Rio Grande do Sul, o maior importador de arroz do Brasil, supermercados de Cachoeiro começam a limitar por CPF a quantidade de compra de arroz. Em alguns locais a máxima é de 6 unidades, em outro estabelecimento o limite já chega a dois pacotes por pessoa. 

Além do risco de escassez, existe também o risco de um possível no preço do alimento, apontam especialistas. O governo brasileiro cogita importar o produto para suprir a demanda dos próximos dias. A agropecuária gaúcha tem grande participação na produção nacional de diversos produtos, como o milho, a soja, o arroz, carne de frango e suíno. As enchentes atrapalham também na entrega dos aliementos, pois várias estradas e pontes foram destruídas. 

Samuel Isaak, analista de commodities da XP, explicou os efeitos econômicos da tragédia no Sul do país durante o Morning Call da XP. Ele destacou que o Rio Grande do Sul é responsável por 4% da produção nacional de milho, 14% da soja e quase 70% do arroz.

“A maioria dessas safras estava colhida. Tinha um quarto da plantação de soja para ser colhida, e em torno de um quinto das safras de milho e arroz para serem colhidas no estado. E boa parte fica na região central (do estado), em Soledade, Santa Maria e Lajeado, que foi a mais afetada (pelas chuvas)”, explicou ele.

Em relação ao preço do arroz, Isaak apontou dificuldade para quantificar o impacto na economia, mas destacou que o arroz deve ser o produto mais afetado nacionalmente. “Os preços do indicador no Instituto Riograndense do Arroz ainda não mostraram movimento de alta, mas precisa ver como isso evolui nas próximas semanas”, afirmou.

Quanto à soja, o analista observou que na Bolsa de Chicago o grão subiu quase 2,5% na semana passada e 3% nesta semana. “E parte dessa alta a gente pode atribuir sim a essa expectativa de redução de safra no Rio Grande do Sul”, concluiu.