A Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf), representada pelo presidente Salmo Valentim, se posicionou nesta terça-feira (23/4) a favor da suspensão do Campeonato Brasileiro 2024. A decisão foi motivada pelas recentes declarações do empresário John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, que apresentou informações à CPI de Manipulação das Apostas Esportivas no Senado.

A Anaf expressou preocupação com as declarações de Textor, que colocam o árbitro de vídeo (VAR) em uma situação suspeita. Em depoimento aos senadores na segunda-feira (22/4), o empresário apresentou relatórios que alegam interferências indevidas e fraudulentas nos resultados das edições de 2022 e 2023 do Campeonato Brasileiro, onde o Palmeiras foi campeão.

A CPI realizará uma nova sessão na quarta-feira, às 14h, para discutir o relatório de Textor em detalhes. O presidente da CPI, senador Jorge Kajuru, afirmou que há indícios suficientes para investigar profundamente as alegações apresentadas.

Em comunicado oficial, a Anaf destacou a necessidade de interromper o Campeonato Brasileiro 2024 para evitar que o VAR se torne objeto de investigação policial. O presidente da associação ressaltou que muitos árbitros estão insatisfeitos e há um crescente grupo que deseja paralisar o campeonato em protesto às circunstâncias atuais.

O comunicado também criticou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, apontando sua priorização pelo salário em detrimento das árbitras que trabalham sem remuneração nos torneios femininos desde o ano passado. A gestão de Rodrigues foi descrita como retrocesso para o futebol e a arbitragem brasileira.

A Anaf questionou a capacidade de Wilson Seneme, atual diretor de árbitros da Conmebol, para ocupar seu cargo sem um projeto claro e formação acadêmica adequada. A entidade argumentou que, diante das circunstâncias, Seneme deveria ser afastado para evitar danos à imagem da arbitragem brasileira.

A associação concluiu o comunicado reiterando a necessidade de suspender o Campeonato Brasileiro 2024 em prol da integridade e credibilidade do futebol brasileiro, e criticou a postura do presidente da CBF, pedindo sua renúncia em respeito ao esporte.