Tipo de tumor que afeta homens majoritariamente na idade reprodutiva (entre os 15 e 35 anos), o câncer de testículo foi responsável por mais de 3.700 mortes no país entre 2012 e 2021, de acordo com dados do Atlas de Mortalidade do Instituto Nacional de Câncer (Inca). E números do Ministério da Saúde indicam mais de 25 mil orquiectomias (cirurgia para retirada de um ou ambos os testículos) nos últimos cinco anos.

Quando se trata de câncer de testículo, o objetivo principal é a detecção precoce do tumor, quando as chances de sucesso do tratamento são maiores. Ao ser diagnosticado precocemente, o câncer de testículo possui mais de 90% de chance de cura. “Nesse contexto, o autoexame dos testículos é uma importante ferramenta para detectar alterações. Deve ser incentivado que o adolescente realize essa apalpação preferencialmente durante o banho e, caso encontre alguma anormalidade, procure um urologista”, orienta Luiz Otavio Torres, da Sociedade Brasileira de Urologia.

O autoexame deve ser realizado em pé, durante o banho, ou em frente ao espelho, apalpando os testículos, comparando um lado e outro e verificando se há diferenças, sobretudo, algum nódulo endurecido, alteração de tamanho entre eles, dor no abdômen, na virilha ou no escroto.

Sinais de alerta

Alguns sintomas do câncer de testículo podem ser confundidos com outras doenças, como inflamação no próprio testículo ou no epidídimo (estrutura com pequenos canais atrás do testículo onde ficam armazenados os espermatozoides até o seu amadurecimento), hidrocele (acúmulo de líquido na bolsa escrotal) e varicocele (dilatação anormal das veias testiculares). Por isso é importante a avaliação de um urologista ao notar algo diferente.

 

  • Nódulo pequeno, duro e indolor;

     
  • Mudança na consistência dos testículos;

     
  • Sensação de peso no saco escrotal;

     
  • Dor incômoda no baixo ventre ou na virilha;

     
  • Dor, desconforto no testículo ou no saco escrotal;

     
  • Crescimento da mama ou perda do desejo sexual;

     
  • Crescimento de pelos faciais e corporais em meninos muito jovens;

     
  • Dor lombar. 
     

Um tumor no testículo é geralmente detectado por meio de exame físico, ultrassonografia e dosagem de marcadores tumorais. E o tratamento consiste em cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, dependendo do caso.

 

“Qualquer nódulo ou ‘caroço’ nos testículos que não melhora com o tratamento clínico deve ser avaliado pelo urologista, principalmente nos homens entre 15 e 35 anos. Essa avaliação clínica é fundamental para descartar a suspeita de câncer de testículo”, orienta o médico André Lopes Salazar.

O urologista, quando identifica a possibilidade de câncer, irá solicitar os exames de imagem e sangue necessários. “Dessa forma, fica clara a importância da consulta com o especialista quando houver dúvidas. O tratamento deve ser imediato e a melhor resposta está associada ao diagnóstico precoce”, diz André Lopes Salazar.