As farmácias no Espírito Santo estão se diversificando para irem além da venda de medicamentos tradicionais. Alguns estabelecimentos já realizavam aplicação de injeções, exames simples e serviços de enfermagem, mas agora passam a ofertar também vários tipos de vacinas, como de gripe e dengue, entrando na disputa de espaço com as clínicas particulares.

No caso dos imunizantes contra Influenza, os preços estão entre R$ 74,90 e R$ 79,90 nas farmácias, enquanto nas clínicas custam entre R$ 90 e R$ 120, conforme levantamento de preços realizado.

Outra novidade nas drogarias é a Efluelda, vacina que promete mais proteção contra a gripe e é voltada a idosos, à venda por R$ 219,90. Já nas clínicas o valor varia de R$ 265 a R$ 300.

Segundo o diretor financeiro do Conselho Regional de Farmácias do Espírito Santo (CRF-ES), Marcos Rogério Fonseca Pedro, as farmácias estão se transformando em verdadeiros hubs de saúde, oferecendo exames simples de glicose e até teleconsultas. Com a inclusão de vacinação, esses negócios vão competir mais para atender aos pacientes com serviços que hoje não são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A vacina da gripe, por exemplo, aplicada no sistema público é a trivalente, que protege contra duas cepas do Influenza A e uma da B. Nos postos de saúde, está disponível para crianças de 6 meses a menores de 6 anos e idosos com mais de 60 anos, além de alguns grupos prioritários. Já a tetravalente ou quadrivalente pode ser tomada por qualquer pessoa com mais de 6 meses de vida. Previne a gripe causada por quatro cepas, duas da A e duas da B, e só está disponível na rede particular.

 

Também pode ser encontrada em farmácias a vacina contra a dengue, por R$ 349,90, cada dose. Embora já esteja nos postos de saúde, o imunizante só é aplicado no momento em grupos específicos, como crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.

"A intenção é ampliar os serviços para facilitar o acesso da população. Com farmácias em cada esquina, podemos oferecer uma triagem e melhorar o acesso dos pacientes. Diminuindo a lotação em hospitais com serviços que na farmácia poderiam ser resolvidos", explica Pedro, ao acrescentar que foi a lei federal 13.021, de 8 agosto de 2014, que permitiu a expansão das atividades.

O gestor da Santa Mais Vacinas, o hub de saúde da rede de Drogarias Santa Lúcia, Yuri Fernandes, observou que as pessoas têm aceitado bem a vacinação nas farmácias, especialmente os imunizantes voltados ao público adulto. E salientou que o serviço oferecido pela farmácia inclui vacinações domiciliares, central de atendimento via WhatsApp para esclarecer dúvidas e monitorar efeitos adversos, além de condições de pagamento em até 10 vezes sem juros.

"Hoje a farmácia consegue competir em todos os aspectos com as clínicas particulares, principalmente em termos de qualidade de serviço. O mercado farmacêutico vem passando por transformações. Por isso, é importante estarmos preparados para nos adaptarmos a essas mudanças", diz Yuri Fernandes.