O Espírito Santo registrou um aumento de 98,52% no número de infrações por excesso de velocidade nos três primeiros deste ano quando comparado com o mesmo período de 2022, quando foi registrado 69.067 multas. De acordo com o Departamento de Trânsito do Espírito Santo (Detran/ES), ao todo foram 137.113 multas de janeiro a março deste ano.

Os dados do órgão revelam que os condutores se arriscam cada vez nas vias, transitando em velocidade superior à máxima permitida.

Multas por excesso de velocidade no Espírito Santo

Multa2022*2023*
Transitar em velocidade superior a máxima permitida para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias quando a velocidade for superior a máxima em até 20%57.527113.534
Transitar em velocidade superior a máxima permitida para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias quando a velocidade for superior a máxima em mais de 20% até 50%10.08921.080
Transitar em velocidade superior a máxima permitida para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias quando a velocidade for superior a máxima em mais de 50%1.4512.499
Total69.067137.113


O número de infrações aplicadas em condutores com velocidade superior em até 20% da máxima permitida aumentou 97,37% ao comparar os três primeiros meses de 2022 com os três primeiros meses de 2023.

Já as multas aplicadas em condutores com velocidade entre 20% e 50% acima da velocidade máxima permitida aumentou 108,9%, totalizando 21.080 nos três primeiros meses de 2023.

Ao todo, foram aplicadas 2.499 infrações a condutores com velocidade superior a 50% à máxima permitida, totalizando um aumento de 72,22% em relação ao mesmo período do ano anterior.

 

 

Negligência e falta de sensibilidade no trânsito

 

Capitão do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do Espírito Santo (BPTran), Anthony Costa disse que a justificativa para este aumento significativo de infrações é a falta de sensibilização no sentido de ter empatia e compreender que o condutor não está sozinho no trânsito.

 

"Trata-se de uma uma negligência a uma norma de trânsito. Enquanto os condutores não tomarem pra si suas próprias responsabilidades, essa realidade não vai mudar", disse.

 

Ainda de acordo com o capitão Anthony, o excesso de excesso de velocidade nas vias é um dos principais fatores de risco que geram sinistro no trânsito.

 

"Quanto maior a velocidade, mais difícil de você reagir e controlar o veículo diante de uma adversidade. Quando você está acima da velocidade permitida na via, você não está assumindo risco só para si, mas também para aqueles que são mais frágeis, como pedrestres, ciclistas, outros condutores", disse.

 

O capitão disse ainda que ao estar diante de uma situação de perigo, as pessoas demoram, em média, um segundo e meio para reagir.

 

"Com o veículo em alta velocidade, esse tempo pode não ser suficiente para uma vítima conseguir escapar de um atropelamento, por exemplo. Há estudos que mostram que partir de 80 km/h a chance de cometer um homicídio ao volante, caso ocorra um atropelamento, é de 80%. A partir de 100 km/h, o risco é mais alto. Não trata-se apenas de um risco pessoal, é um risco ao redor", destacou.

 

O capitão destacou ainda que trânsito é um exercício de cidadania.

"O condutor não pode transformar o carro em uma arma. Os equipamentos que ficam ficam presentes nos semáforos são os radares. Eles, de fato, inibem. A via tem que ser sinalizada quando é monitorada por radar. Mas, logo em seguida, o condutor vai aumentar a velocidade. Não é a fiscalização, não é monitoramento. O que deve ser mudado é a conduta do motorista, e, para isso, precisa mudar a educação dentro de casa, dos pais para os filhos, nas escolas como programa permanente de educação para que sensibilize as crianças desde sempre, entre outras iniciativas", destacou.