Uma obra que poderia ser a solução virou um estorvo para logistas e clientes das ruas Professor Quintiliano de Azevedo e Pedro Dias, no bairro Guandu, em Cachoeiro de Itapemirim. A intervenção em questão é a nova pavimentação das ruas, que foi necessária após a implantação de uma galeria de drenagem de água pluvial e fluvial no local. No entanto, além do ritmo lento, que já se arrasta há três meses, erros na implantação têm tirado a paciência dos proprietários do comércio local. A promessa era entregar as obras concluídas antes do Dia das Mães, no dia 14 de maio.

O principal problema está na rua Professor Quintiliano de Azevedo, onde o nível do pavimento ficou mais alto do que a calçada. Essa situação pode fazer com que as águas das chuvas avancem para dentro das lojas, causando estragos e prejuízos. Já na rua Pedro Dias, o erro foi inverso: o nível da rua ficou muito baixo, com cerca de 50 cm de diferença em relação ao meio-fio. Apesar disso, a via foi reaberta para carros, mas devido à revolta da população, acabou sendo fechada novamente para refazer todo o serviço. Além disso, o piso não tem caída para a água escoar para o ralo de drenagem. Neste vídeo é possível constatar o erro grosseiro do projeto de engenharia, água da chuva se espalha formando poças e não chega ao bueiro.

Vídeo

 

 

Comerciantes locais relatam que a promessa era entregar as ruas antes do Dia das Mães, que ocorreu no dia 14 de maio. No entanto, o atraso na obra fez o movimento das vendas cair em 60%. Além do impacto negativo nos negócios, a região está se tornando um retalho de tipos de pavimentos diferentes, o que compromete a estética do local. Enquanto na rua Professor Quintiliano de Azevedo e na Pedro Dias foi colocado pavi, — blocos de concreto encaixados —, as ruas paralelas permanecem com asfalto. Na avenida José Félix Cheim, por sua vez, o pavimento é de concreto. Essa miscelânea de materiais mostra a desconexão entre as obras e a falta de atenção por parte da prefeitura, que não parece interagir adequadamente com a empresa responsável pela execução.

Os comerciantes mobilizaram um abaixo-assinado para rever a decisão do prefeito Victor Coelho de proibir o trânsito de veículos na rua Professor Quintiliano de Azevedo, visando a construção de um calçadão de pedestres. Essa medida também gerou descontentamento entre os logistas, que alegam prejuízos decorrentes da falta de circulação de veículos na região.

Imagem do abaixo-assinado mobilizado pelos comerciantes locais

O vereador Ary Corrêa, que esteve no local para fiscalizar a obra e apurar o caso, constatou irregularidades que impedem o avanço dos trabalhos e exigirão que tudo seja refeito. “Estive no local a pedido dos comerciantes e verifiquei que a obra, além de atrasada, está totalmente irregular. O pavimento das ruas está acima da altura do passeio, e em outra rua, a drenagem não recebe a água da chuva. Está tudo uma bagunça. Na rua Quintiliano de Azevedo, a drenagem fica mais alta que a calçada, então para onde vai à água da chuva? Tudo para dentro das lojas. Vou pedir a imediata correção. É uma falta de respeito com os comerciantes e com o contribuinte em geral”, afirmou o vereador.

Procuramos a prefeitura para obter esclarecimentos sobre a situação. Em nota informaram:

Todas as obras em curso têm período de adaptação e avaliação para, se for necessário, fazer ajustes. Uma vez identificado, a Secretaria de Obras acionará a empresa contratada para novas intervenções. A prefeitura de Cachoeiro tranquiliza moradores e comerciantes com relação a isso e pede que, em caso de dúvidas, acione o 156, da Ouvidoria Municipal.