O Rio Grande do Sul registrou 57 mortes em decorrência das fortes chuvas que atingem o estado, segundo balanço divulgado pela Defesa Civil hoje. O número é maior do que o registrado na enchente de setembro do ano passado, quando 54 pessoas morreram.

Estado tem 67 pessoas desaparecidas e 74 feridas. Ainda não foram divulgadas as cidades em que os óbitos ocorreram — segundo a Defesa Civil, 10 deles estão em investigação para determinar se foram de fato causadas pela tragédia.

De acordo com o órgão, 300 dos 497 municípios gaúchos — ou seja, 60% deles — foram afetados pela enchente histórica. Ao todo, há 9.581 desabrigados e 32.640 desalojados.

Há ainda 377.497 pessoas afetadas pela tragédia, segundo o boletim do governo gaúcho. Em Santa Catarina, também foi confirmada uma morte e estragos pelas chuvas.

"Foco é salvar vidas", diz governador em live na manhã deste sábado. Segundo o político, 22 aeronaves atuam no estado para fazer resgates em áreas alagadas. "As pessoas precisam entender a gravidade do que estamos vivenciando aqui no Rio Grande do Sul", disse Leite. Ele pediu para que a população fique atenta aos alertas emitidos pelas autoridades. 

Na sexta (3), um portão do sistema contra inundações se rompeu em Porto Alegre e causou alagamentos. Imagens mostram os CTs do Internacional e do Grêmio completamente alagados. A rodoviária e o centro histórico da capital também foram tomados pela água.

Nível do Guaíba ultrapassa recorde. O rio atingiu 5,04 metros de altura às 10h de hoje, ultrapassando o recorde da maior cheia registrada até então, de 4,76 metros, em 1941, quando inundou grande parte do centro.

Guaíba deve ficar acima dos 5 metros durante 2 a 3 dias, diz hidrólogo. Segundo Pedro Camargo, da Sala de Situação do Estado, o pico deve ocorrer neste intervalo devido ao volume de água que chega do rio Jacuí. Ele estima, no entanto, que o nível do Guaíba deve permanecer com números muito elevados, na casa dos quatro metros, por até 10 dias.

Gaúchos estão sem energia elétrica, água e serviço de telefonia. De acordo com a Defesa Civil, 350 mil imóveis estão sem energia elétrica — são 54 mil clientes da CEEE Equatorial e 296 mil da RGE Sul. Falta abastecimento de água para 860.952 clientes da empresa Corsan. As operadores Tim, Vivo e Claro estão sem serviços de telefonia e internet em 63, 46 e 19 municípios, respectivamente.