Daniel Cravinhos, condenado a 39 anos pela morte de Manfred e Marísia Von Richthofen, em 2002, escreveu uma carta para  Andreas Von Richthofen. Mais de duas décadas após o crime, o homem manda recado ao filho das vítimas, Andreas Von Richthofen, que vive atualmente em São Roque, cidade localizada a 450 quilômetros da capital paulista.

Daniel cumpre a pena em regime aberto desde 2017 e sete anos após voltar para as ruas, tenta uma aproximação com Andreas, que antes de ter seus pais assassinados, era amigo do criminoso.

Na carta, Daniel Cravinhos pede perdão e revela que após anos de reflexão, encontrou coragem para escrever ao filho do casal que matou, com a ajuda da namorada e irmã de Andreas, Suzane Von Richthofen, e do seu irmão, Cristian Cravinhos.

“Sinto-me apreensivo com sua possível reação ao ler esta carta. Recentemente, tomei conhecimento de notícias suas por meio de amigos em comum e pela imprensa, o que me levou a tomar a decisão de pôr para fora o que estou sentindo. Minha mente está um turbilhão, pois meu desejo mais profundo é ter o seu perdão. As palavras mal conseguem expressar a intensidade de minha angústia e remorso. Minhas mãos tremem enquanto escrevo, e cada linha é uma batalha contra os fantasmas do passado”, escreveu Daniel ao iniciar a sua carta.

Ele também disse que carrega o peso do arrependimento e da culpa desde o dia em que cometeu o crime. E se diz ciente de ações geraram uma tragédia para a vida de todos os envolvidos. “Desde sempre penso em você, a maior vítima de tudo o que aconteceu”, relatou.

Daniel contou que lembra de Andreas toda vez que pratica moto velocidade e destaca: “Como seria bom ter você ao meu lado, correndo em uma moto”, disse.

Com suas residências a três quilômetros de distância, Daniel escreveu que sente vontade de apertar a campainha de Andreas, mas teme a reação do homem. “Morro de medo que você se sinta ameaçado com minha presença”, relatou.

Além de pedir perdão inúmeras vezes na carta, Daniel Cravinhos também contou seu desejo de revê-lo. “Gostaria de ter a oportunidade de falar pessoalmente, olhos nos olhos, e abrir meu coração. Mas, se você preferir manter distância, respeitarei. Apenas desejo saber o tamanho do abismo emocional que nos separa, para saber se é possível atravessá-lo. Hoje, serias capaz de me dar o abraço que não aconteceu 22 anos atrás?”, finalizou a carta.