Verificar a eficácia, segurança e a produção de anticorpos e células de defesa nas crianças e adolescentes, após a administração de duas doses da vacina CoronaVac, e comparar com a vacina da Pfizer. Esse é o objetivo de uma pesquisa realizada no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Podem participar do estudo crianças e adolescentes com idade de três a 17 anos e que ainda não tenham recebido nenhuma dose de vacina para Covid-19.

Ao todo, 1.280 crianças e adolescentes devem participar do Projeto Curumim.

As coletas devem durar um ano e os exames e análises vão ser feitos nos institutos Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Butantan.

Os menores vão receber uma dose inteira da CoronaVac, igual a que foi administrada em adultos. O modelo é diferente vacina da Pfizer para crianças, em que houve redução no volume da dose. O imunizante da Pfizer começou a ser usado para vacinar crianças na última semana.

Podem participar do estudo crianças e adolescentes que ainda não receberam vacina contra Covid-19, mesmo se já tiverem sido infectados pela doença.

O estudo ainda está na fase de recrutamento de interessados. Será disponibilizado, nos próximos dias, um site para consulta sobre o andamento da pesquisa.

Os participantes serão divididos em dois grupos: os que recebem a vacina CoronaVac e os que receberam a vacina da Pfizer.

A médica responsável pelo estudo, Valéria Valim, destacou a importância do estudo para possível vacinação de crianças com CoronaVac em todo o Brasil.

 

"O estudo é necessário para que a CoronaVac possa ser incluída como uma opção de vacina para crianças no Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde”, afirmou a médica, que também foi a responsável pelo estudo "Viana Vacinada", que comprovou a eficácia de meia dose da AstraZeneca.

 

Segundo especialistas, a CoronaVac é uma vacina de vírus inativado. Essa tecnologia, conhecida há anos, induz resposta imune e é segura, e os efeitos colaterais são leves e de curta duração.

 

"A CoronaVac tem a vantagem de induzir uma grande diversidade de resposta, além de ser mais segura, ou seja, produz menos efeitos colaterais. Pelo mesmo motivo, também é menos eficaz. No entanto, as crianças maiores de três anos têm um sistema imunológico muito ativo e respondem às vacinas melhor do que os adultos. Por isso, há uma base científica para considerar que uma vacina inativada pode ser suficientemente eficaz e com menos efeitos colaterais em crianças”, reforçou a pediatra pneumologista e aluna de doutorado no Projeto Curumim, Carolina Strauss.

Diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reúnem na noite desta segunda-feira (17) com representantes do Instituto Butantan para discutir o uso da CoronaVac em crianças.