O número de divórcios no Brasil cresceu 8,6% em 2022 na comparação com 2021, de 386.813 para 420.039. Foram 340.459 realizados por meio judicial e 79.580 de forma extrajudicial. Os divórcios judiciais concedidos em 1ª instância corresponderam a 81,1% dos divórcios do país.

Os dados são das Estatísticas do Registro Civil de 2022, divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número total de separações é o maior da série histórica iniciada em 2007 pelo IBGE. O levantamento aponta ainda que a idade média de divórcio aumentou nos últimos doze anos. Enquanto em 2010 as mulheres se divorciavam com 39,4 anos e os homens com 42,6 anos, em 2022 a idade média do divórcio dos homens saltou para 44 anos e das mulheres para 41 anos.

Os dados mostram que quase metade dos casamentos que terminam em divórcio duram menos de 10 anos. Cerca de 47,7% dos casais se divorciam com menos de 10 anos de união, 25,9% permanecem juntos entre 10 e 19 anos até o divórcio, e 26,4% se separam com mais de 20 anos de casamento.

Com consequência das separações precoces, o tempo médio entre o casamento e o divórcio diminuiu nos últimos anos no país. Em 2010, o era de 15,9 anos, e agora, em 2022, caiu para 13,8 anos.

As regiões Sul, com tempo médio de 15,3 anos, e o Nordeste, com 14,7 anos, são onde os casamentos duram mais que a média nacional. Apesar disso, as duas regiões possuem os menores números de pessoas casadas em relação a população total.

O Centro-Oeste, com média de 12,7 de duração, é a região a brasileira com menor tempo médio entre o casamento e o divórcio. 

Maioria dos divórcios foram entre casais com filhos menores de idade

O perfil dos casais que se divorciaram em 2022 foi majoritariamente de pessoas com filhos menores de idade. Os dados mostram que 54,2% dos divórcios foram entre casais com filhos menores, avanço de 4 pontos percentuais na comparação com 2020, quando o grupo representou 50,9%.

O levantamento destaca ainda que o percentual de divórcio entre casais com filhos maiores de idade diminuiu nos últimos 12 anos, passando de 19,4% para 15,8%.

A separação entre casais sem filhos permaneceu praticamente inalterada nos últimos anos, variando de 29,7 em 2020 para 29,4% em 2022.

Compartilhamento de guarda dos filhos após separação

Uma mudança mostrada sobre o levantamento é o maior compartilhamento da guarda dos filhos menores após divórcios judiciais. Porém, os pais ainda são menos responsáveis pelas crianças do que as mães.

O percentual de mulheres responsáveis pela guarda caiu de 85% em 2014 para 50,3% em 2022. Em compensação, o percentual de responsabilidade compartilhada entre os dois ex-cônjuges saltou de 7,5% em 2014 para 37,8% em 2022. A parcela de homens que era o principal responsável pelos filhos teve variação negativa, passando de 5,5% em 2014 para 3,3% em 2022.