Juliana Agostini Oliveira Volpini é cirurgiã dentista e tem experiência na área da saúde, seja no atendimento privado, seja no trabalho realizado junto a postos de saúde; é casada, mãe de três filhos. Pela primeira vez, é candidata ao cargo de Vereadora. É crítica à atual administração municipal; sustenta que o Prefeito Municipal e Vereadores não devem se esconder em momentos de crise, e que não devem ser subservientes a interesses externos, mas, sim, devem servir aos interesses da população. Apresenta-se como opção para renovar a política na Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim.

 

FOLHADOES - O QUE LEVOU VOCÊ A INGRESSAR NA POLÍTICA COMO CANDIDATA A VEREADORA?

DRA. JULIANA AGOSTINI – Na realidade, como cidadã, eu sempre participei da política na escolha de nossos representantes, e sempre tive esperança que eles fariam algo para melhorar a qualidade de vida da população. O que eu tenho visto é que as administrações passam e os problemas permanecem e são sempre os mesmos. Eu me decepcionei com os políticos que aí estão, que apenas pensam em seus projetos de poder e carreiras políticas. O que me levou a me candidatar como Vereadora é que eu me importo com as pessoas e acredito que, como Vereadora, poderei fazer mais por elas. Pretendo trazer melhoria de qualidade de vida para a população de Cachoeiro, e para isso eu tenho propostas concretas, soluções simples para problemas graves.

 

FOLHADOES – E QUAIS PROBLEMAS GRAVES SERIAM ESSES?

DRA. JULIANA AGOSTINI – Encontramos os problemas mais graves na área da Saúde Municipal. Sim, é verdade que temos problemas graves em diversas áreas, mas os que encontramos na saúde não são de hoje, sempre existiram, mas já deveriam ter sido resolvidos há muito tempo. A população carente tem dificuldade de marcar exames médicos, consultas com especialistas, e procedimentos cirúrgicos. Isto é inadmissível! É inaceitável que as pessoas permaneçam meses ou até anos aguardando um exame, uma cirurgia, ou consulta com especialista. E pior: com todos os recursos tecnológicos que temos ao alcance, ainda tenhamos situações em que a pessoa adoentada tenha que sair de sua casa durante a madrugada para entrar uma fila em busca de senha de atendimento. É inconcebível que, depois de horas aguardando atendimento, a pessoa receba uma receita médica e não tenha acesso aos remédios no próprio posto de saúde. A pessoa que passa mal na sexta-feira somente conseguirá acesso a medicamento na segunda-feira, pois a farmácia municipal fecha cedo e não funciona aos sábados e domingos.

 

FOLHADOES – E COMO VEREADORA, O QUE VOCÊ PODERIA FAZER PARA RESOLVER DEFINITIVAMENTE O PROBLEMA DA DEMORA NA MARCAÇÃO DE EXAMES, CONSULTAS COM ESPECIALISTAS, E PROCEDIMENTOS?

DRA. JULIANA AGOSTINI – A questão da dificuldade de se marcar exames médicos, consultas com especialistas, e procedimentos cirúrgicos não é um problema de agenda, porque quem tem dinheiro ou plano de saúde consegue acesso a esses serviços. Sabemos também que o Município atende a esta demanda com a compra de um número determinado de exames, consultas e procedimentos na rede privada, e a dificuldade da população para ter acesso a esses serviços se deve ao fato de que o Município não disponibiliza o suficiente. Se não é um problema de agenda – porque quem pode pagar, tem acesso –, o problema é destinação de recurso público. Sabemos que a Secretaria de Saúde tem um orçamento próprio, tem receita própria do Município e ainda recebe dinheiro do Governo Federal. E ela tem condições de suprir atender a toda demanda. A Secretaria de Saúde precisa adquirir mais exames, mais consultas com especialistas, mais procedimentos médicos. Como Vereadora, trabalharei o orçamento na Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim a fim de que a Secretaria de Saúde conte com recursos suficientes para adquirir aquilo que for necessário, de forma que a população tenha acesso imediato a esses serviços, porque saúde é uma coisa que não pode esperar.

 

FOLHADOES – E A QUESTÃO DO ACESSO A MEDICAMENTOS?

DRA. JULIANA AGOSTINI – Este é outro problema que já deveria ter sido resolvido. O problema é grave, mas de simples solução: descentralizar a farmácia municipal. A farmácia municipal deve estar presente não só no centro da cidade, mas também na periferia, nos principais postos de atendimento, e assim a pessoa que sai de uma consulta médica com a receita em mãos já teria acesso, ali mesmo, no P.A., ao medicamento que foi passado pelo médico, não precisando se deslocar até o Centro da cidade para ter acesso aos medicamentos. A farmácia municipal precisa funcionar aos sábados e domingos.

 

FOLHADOES – VOCÊ ABORDOU O PROBLEMA DA PESSOA QUE SAI DE SUA CASA EM PLENA MADRUGADA PARA ENFRENTAR UMA FILA E BUSCAR UMA SENHA DE ATENDIMENTO. O QUE PODERIA SER FEITO PARA RESOLVER ESSE PROBLEMA?

DRA. JULIANA AGOSTINI – A omissão do poder público é inadmissível. A prefeitura é muito eficiente em arrecadar do contribuinte, mas é ineficiente em devolver a arrecadação na forma de serviços públicos. Vemos, de um lado, todo um sistema informatizado que permite que o contribuinte emita um documento de arrecadação pela internet em tempo real, parcele uma dívida etc., mas, de outro lado, a Prefeitura não permite por exemplo que as pessoas possam marcar consultas e exames por telefone ou pela internet. O meu projeto é trabalhar para que as pessoas possam ter a opção de marcar consultas e exames por telefone ou pela internet, e assim não veremos mais idosos e pessoas adoentadas sendo obrigadas a enfrentar uma fila em plena madrugada em busca de senha de atendimento. É uma questão de dignidade.

 

FOLHADOES – SE AS SOLUÇÕES SÃO SIMPLES, POR QUE ESSES PROBLEMAS NÃO FORAM RESOLVIDOS PELAS ADMINISTRAÇÕES PASSADAS?

DRA. JULIANA AGOSTINI – A única resposta a esta pergunta que se apresenta é a falta de interesse dos políticos que aí estão. Não é apenas uma questão de incompetência ou ineficiência. Acredito que talvez haja algo mais, porque esses problemas mantêm os mais humildes dependentes de favores, transformando tudo num círculo vicioso. Exemplo disso é que vemos muitos políticos se dedicando a marcar exames e consultas em favor dos mais necessitados, pensando no retorno político de sua ação, no voto daquela pessoa necessitada, mas não vemos o mesmo agente público trabalhando para resolver definitivamente o problema, e talvez porque lhe convenha que sempre exista alguém precisando de seus favores. É inadmissível!

FOLHADOES – VOCÊ NÃO PENSA QUE TAMBÉM TEMOS PROBLEMAS GRAVES EM OUTROS SETORES?

DRA. JULIANA AGOSTINI – Com certeza! O meu foco principal é a saúde, mas também nos preocupamos com outros problemas, como por exemplo incentivar o comércio local, desburocratizar a vida dos empresários que geram empregos e renda. Pretendo trabalhar para fomentar a Cultura, as Artes, o Lazer, o Turismo. Um de nossos projetos, abraçado pelo candidato a Prefeito do nosso Partido, foi colocado em seu plano de governo: O Projeto Cultural “Festival Roberto Carlos”. Pretendemos com ele criar um evento que seja tradicional, anual, a exemplo do que existe em outros Municípios. A ideia é estimular o comércio local, a gastronomia, e teremos programação voltada para o público em geral, com eventos musicais e artísticos em praça pública, com preferência para os artistas locais, de forma a conferir destaque turístico ao Município de Cachoeiro de Itapemirim.

 

FOLHADOES - QUAIS SÃO OS SEUS SONHOS?

DRA. JULIANA AGOSTINI – Eu sonho que um dia possamos levar nossos filhos a um posto de saúde público e que possamos ser atendidos com dignidade; e quando digo em ser atendido com dignidade estou me referindo a você ter acesso a um serviço de saúde de qualidade. E isso é possível, porque existe em outros países. É inadmissível, por exemplo, o que a gente vê acontecer em Cachoeiro de Itapemirim, onde pessoas morrem por falta de atendimento ou por atraso no atendimento; pessoas morrem porque demoram fazer uma transferência. Eu me pergunto: por que temos que transferir pacientes para serem tratados em Vitória, se temos profissionais capacitados para tratar as pessoas aqui mesmo, em Cachoeiro? Cachoeiro de Itapemirim não tem nenhum hospital público, e eu simplesmente não consigo entender o motivo disso. Como Vereadora eu vou trabalhar para que a cidade seja referência no Sul do Estado, e que venha a ter um hospital público. Trabalharei junto ao Prefeito, ao Governador e, se necessário, buscarei Brasília. Cachoeiro merece o melhor!