O Ministério Publico do Espírito Santo (MPES) denunciou Cleilton Santana dos Santos à Justiça pela morte da ex-namorada Íris Rocha de Souza, de 30 anos. Na denúncia, o órgão ministerial pede a condenação do acusado por feminicídio. A enfermeira estava grávida de 8 meses quando foi assassinada.

O corpo de Íris foi encontrado às margens de uma estrada próxima à região de Carolina, em Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo, no dia 11 de janeiro deste ano, com marcas de disparo por arma de fogo e coberto por cal.

Uma semana depois, no dia 18 de janeiro, Cleilton foi detido em Viana. Na ocasião, ele estaria seguindo para a delegacia em Alfredo Chaves para se entregar à polícia.

A denúncia foi apresentada ao Poder Judiciário pela Promotoria de Justiça de Alfredo Chaves. Para os promotores, o acusado agiu de forma premeditada.

"Levou a vítima a um lugar ermo, de mata e sem residências por perto e fez quatro disparos de arma de fogo contra ela. Na sequência, arrastou a vítima e a jogou em um terreno com declive acentuado, despejando sobre o corpo cal desidratado, com o objetivo de ocultar a localização, disfarçar o odor e agilizar o processo de decomposição", informa o MPES, em nota.

O órgão ministerial informa que foi apurado que Cleilton e Íris mantinham um relacionamento em que o acusado exercia controle sobre as atitudes e comportamentos da enfermeira, não permitindo qualquer contrariedade.

O Ministério Público denunciou Cleilton por feminicídio praticado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e com emprego de arma de fogo de uso restrito, além de provocar aborto sem o consentimento da gestante.

"O MPES requer que o denunciado seja processado e, ao final, seja pronunciado para ser julgado e condenado pelos crimes descritos na denúncia", diz a nota.

RELEMBRE O CASO

Íris Rocha de Souza, de 30 anos, foi encontrada morta às margens da ES-383, em Alfredo Chaves, região Serrana do Espírito Santo, no dia 11 de janeiro deste ano. A enfermeira estava grávida de oito meses e sobre o corpo dela foi jogado cal.

A enfermeira tinha um filho de 8 anos, fazia mestrado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e coordenava uma pesquisa no Hospital das Clínicas (Hucam).

Em outubro do ano passado, ela havia registrado um boletim de ocorrência contra Cleilton por agressão e solicitado medida protetiva contra ele. Familiares contaram que o relacionamento era abusivo e Cleilton controlava a vida da vitima.