A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pirâmides financeiras de criptomoedas aprovou, em reunião na quarta-feira (2), a convocação de pouco mais de 150 pessoas para prestar esclarecimentos sobre fraudes com ativos digitais.

A apresentadora Tatá Werneck e o ator Cauã Reymond, ambos da Globo, e o apresentador de TV Marcelo Tas, da Cultura, estão entre pessoas chamadas na condição de investigadas.

Os três foram convocados porque fizeram propaganda para a Atlas Quantum, pirâmide de cripto de R$ 7 bilhões que usava um falso “robô milagroso” para atrair vítimas, deixando um rastro de 200 mil vítimas no Brasil e em outros países.

A Atlas, que também é investigada pelos parlamentares, foi fundada no início de 2018 por Rodrigo Marques dos Santos e Fabrício Spiazzi Sanfelice Cutis, em São Paulo.

Em 2019, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou que a empresa parasse de ofertar seus produtos, vistos pelo regulador como valores mobiliários e contratos de investimento coletivo.

Representantes de outros negócios cripto fraudulentos investigados pela CPI, como a Genbit, que enganou 45 mil pessoas, também foram chamados para depor. Nesta quinta-feira (3), o empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik das Criptomoedas“, presta depoimento na Câmara dos Deputados.

Convidados

 

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Além dos comunicadores de TV, os parlamentares também chamaram o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues Gomes, e o CEO da exchange turca Bitci, Onur Altan Tan, para falar sobre o Brazil National Football Team Fan Token (BFT), o fan token da seleção.

Conforme revelou o InfoMoney em reportagem publicada no início deste ano, o projeto da CBF gerou perdas milionárias tanto para a entidade máxima do futebol brasileiro como para os investidores.

Os jogadores de futebol Gustavo Henrique Furtado Scarpa, Willian Gomes de Siqueira (Willian Bigode) e Mayke Rocha de Oliveira, que brigam na justiça por causa de perdas milionárias no âmbito da pirâmide cripto Xland, também foram convidados.

Oliveira e Scarpa acusam Bigode de ser parceiro da Xland, alvo da CPI e de um inquérito civil no Ministério Público do Acre (MPAC) por ter “características comumente associadas aos chamados esquemas de pirâmide”.

O ex-jogador de futebol Ronaldo de Assis Moreira (o Ronaldinho Gaúcho) e seu irmão, Roberto de Assis, também foram convidados para esclarecer o envolvimento seu envolvimento na empresa “18k Ronaldinho”, outra acusada de operar um esquema criminoso com uso de criptoativos.

A CPI para investigar pirâmides financeiras que utilizam criptomoedas foi instalada em junho na Câmara dos Deputados. Ela é presidida pelo deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).