Sem definição da fonte de recursos, o governo federal pretende pagar R$ 400 para 17 milhões de famílias de baixa renda. Ao todo, o valor do programa social pode custar aos cofres públicos R$ 84,7 bilhões em 2022. O novo valor faz parte da reformulação do Bolsa Família, que foi renomeado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para Auxílio Brasil.

Na prática, o governo aproveitaria o orçamento do Bolsa Família para custear o novo programa. Seria assim: os beneficiários receberiam R$ 189 pagos pelo programa social atual e um complemento seria depositado pela nova iniciativa para completar os R$ 400.

 

Segundo a proposta, R$ 34,7 bilhões seriam custeados pelo orçamento do Bolsa Família — já aprovado pelo Congresso. Outros R$ 50 bilhões seriam desembolsados em uma espécie de “auxilio temporário”. A manobra evita que o governo desrespeite a Lei de Responsabilidade Fiscal. Nos bastidores do governo, uma medição de forças tem atrasado a formatação final do Auxílio Brasil. Técnicos da economia são contra qualquer pagamento fora do teto.

 

Porém, a política do governo tem pressionado o ministro da Economia, Paulo Guedes. Além da ajuda social, os pagamentos representam um possibilidade de ampliar o apoio a Bolsonaro, que pode concorrer à reeleição em 2022.

Auxílio emergencial quase no fim. A discussão ocorre a 13 dias do fim do auxílio emergencial, benefício social criado para minimizar os efeitos na renda durante a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

 

A prorrogação do auxílio emergencial ainda está em discussão no governo, porque também pressiona as contas públicas. A última parcela do benefício será paga em 31 de outubro.

Para Guedes, o auxílio emergencial só deve ser prorrogado — pela terceira vez — se surgir uma nova variante da Covid-19.

Recriado em abril, o auxílio emergencial de 2021 paga de R$ 150 a R$ 375 mensais a cerca de 39 milhões de famílias pobres. A prorrogação seria a terceira.