Uma demissão em massa pode ocorrer nos próximos dias nas empresas que detêm as concessões de transporte coletivo de Cachoeiro de Itapemirim. Cerca de 250 funcionários podem perder seus postos de trabalho, o que aumentaria ainda mais a crise que atravessa o setor em todo o Sul do Estado.

As demissões, desta vez, atingem também o alto escalão das empresas, com destaque para o Grupo Flecha Branca, que compõe o Consórcio Novo Trans, responsável pelo transporte de passageiros na maior cidade da região, Cachoeiro de Itapemirim.

As empresas, que já atravessam por crise financeira, haja vista que a maioria delas tem tido problemas com atrasos frequentes de salários, sofreram uma perda de faturamento significativa com o fechamento do comércio devido às medidas de isolamento social por causa da pandemia do Novo Coronavírus.

O que mostra a gravidade da situação é a nota emitida por Renato Borges, homem forte do Grupo Flecha Branca, funcionário de carreira da empresa há mais de 20 anos, que nesta segunda-feira (06) confirmou sua saída da empresa através de um acordo.

A nota, divulgada por Renato nas redes sociais, diz o seguinte:

“Devido à grave crise financeira que a empresa vem enfrentando nos últimos anos, e que se agravou devido ao momento atual de pandemia, sendo necessária a redução do quadro de funcionários, informo aos amigos que na data de hoje, de comum acordo, rescindimos o meu contrato de trabalho. Assim, não respondo mais pelo grupo Flecha Branca. Agradeço a todos que de alguma forma colaboraram para o desenvolvimento de meu trabalho nesses últimos 20 anos, tempo que estive com a responsabilidade de colaborar diretamente para melhoria da mobilidade urbana de Cachoeiro de Itapemirim. Saio com a consciência tranquila, que, no cumprimento de minha função na empresa, fiz o melhor possível”.

As empresas têm realizado frequentes reuniões sobre o assunto e proposto acordo à maioria dos funcionários que temem não receber seus direitos, uma vez que muitos já passam por dificuldades com salários atrasados, o que já se tornou rotina nas empresas de transporte público de passageiros.