De acordo com a ocorrência, o suspeito de cometer um furto foi conduzido para a delegacia de Guarapari, para autuação já no novo modelo sem a presença de uma delegado fisicamente no local do plantão.

O acusado Pedro Lucas Pereira, estava acompanhado de um policial Militar, e uma Escrivã fazia o atendimento inicial, no momento seguinte com Pedro já na cela, o policial saiu da sala de vídeo conferência para buscar as algemas já que o suspeito iria prestar o depoimento à autoridade através do vídeo.

Foi neste instante que outro policial que estava no local percebeu e avisou que o suspeito estava se enforcando com a própria camisa.

Os policiais então abriram a cela cortaram a camisa e tentaram reanimar o detido, mas não foi possível. O SAMU também foi acionado, mas ao chegar no local constatou o óbito do preso.

Foi lavrada a ocorrência sobre o fato e serão apuradas as reponsabilidades sobre um preso que estava sob a guarda do Estado no momento em que tudo aconteceu.

Questionada sobre o ocorrido em Guarapari, a delegada Drª Ana Cecília de Almeida presidente do SINDEPES (Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Espírito Santo), que representa os profissionais que discordam do método implementado pelo Governo, entende que não é bom, e só irá prejudicar ainda mais os trabalhos das forças de segurança, quando o Governo ao invés de aumentar o número de profissionais para atuarem na segurança do cidadão, cria mecanismos artificiais para suprimir e dar uma falsa sensação de atendimento a real necessidade da população.


Veja a nota enviada pela Delegada Ana Cecília de Almeida presidente do SINDEPES:

“Por mais de uma vez alertamos o Governo do Estado e os gestores da Segurança Pública a respeito da forma açodada por meio da qual o projeto está sendo implementado, vulnerabilizando as atividades realizadas pelas equipes policiais, na medida em que o efetivo disponível nas centrais de flagrante, que já é escasso na forma presencial, foi reduzido ainda mais, a despeito do aumento da demanda de serviço.

Fatos lamentáveis como o ocorrido reforçam a afirmação de que, longe de se tratar de um programa de modernização, o Teleflagrante visa mascarar problemas decorrentes da má distribuição do efetivo policial e da precariedade do planejamento institucional voltado às Centrais de Flagrante, que se baseia no improviso.

Lamentamos esse triste incidente. Nos solidarizamos com a dor da família do preso, e, sobretudo, com a equipe de policiais de plantão, pois sabemos do seu comprometimento com o trabalho e da sobrecarga imposta pelo novo modelo. Nenhum policial gostaria de passar por uma experiência dessas em seu plantão. Por fim, aguardamos a justa e isenta apuração dos fatos, bem como a urgente reavaliação do frágil modelo implementado”.