Charlotte Wade tem hoje 22 anos, mas para trás uma história de vida que jamais conseguirá esquecer.

 

A jovem, natural do País de Gales, foi vítima de abusos físicos e sexuais por parte do avô, desde os seus sete anos de idade. Tendo, aos 12 anos, engravidado.

 

Raymond Hodges terá então conseguido provocar-lhe um aborto, em casa, para que ninguém viesse a descobrir os maus tratos a que sujeitava a menina. Fê-lo, segundo a própria, com recurso a um cabide.

 

Segundo recorda Charlotte, o homem viajava mais de 300 Km de quando em vez para estar com a família. Em 2002, quando a menina tinha cinco anos, este ofereceu-se para cuidar dela para que o seu padrasto e a sua mãe pudessem ir trabalhar.

 

“Eu gostava do Raymond. Ele era o meu avô. Até ao dia em que começou a comportar-se de maneira diferente e me perguntou se eu sabia beijar como os adultos”, conta.

 

O homem mudou-se para um apartamento perto da casa onde vivia Charlotte e terá sido a partir daqui que os abusos começaram, com o homem a pedir a Charlotte para não contar a ninguém o que se passava, pois este seria “o nosso segredo”.

 

O homem ameaçava Charlotte, dizendo-lhe que se contasse a alguém faria mal aos seus irmãos, e após os abusos sexuais oferecia-lhe doces para a manter calada. Aos 12 anos, e após perceber que a jovem não tinha tido o período, o homem decidiu fazer-lhe um teste de gravidez, sem lhe explicar do que se tratava. Charlotte estava grávida e foi aí que Raymond fez o impensável.

 

Com a ajuda de um amigo, que atirou a jovem ao chão e a imobilizou, Raymond usou um cabide para provocar um aborto à menina e garantiu-lhe que jamais voltaria a engravidar.

 

“Limpei-me e fiquei em agonia nos dias seguintes. Estava desesperada por contar a alguém”, recorda.

 

Depois disso, os abusos começaram a tornar-se menos frequentes até ao dia em que Raymond discutiu com a sua filha, a mãe de Charlotte, e deixou de aparecer na sua casa. Os abusos terminaram mas Charlotte nunca mais se sentiu segura.

 

Foi, então, em 2016, que Charlotte decidiu denunciar o seu avô, agora com 78 anos.

 

“O meu avô privou-me da minha infância, mas recuso a que destrua o meu futuro”, afirma, citada pelo Metro.

 

Em tribunal, o juiz considerou tratar-se da campanha mais “depravada e horrível de abuso sexual” de que tivera conhecimento. Com informações Notícias ao Minuto.