Nesta sexta-feira (24), o Ministro de Justiça Sergio Moro decidiu entregar o cargo e deixar o governo de Jair Bolsonaro após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, ter sido publicada nesta madrugada no Diário Oficial da União. Ele anunciou oficialmente sua saída por uma live. 

 

Mais cedo, o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo, foi exonerado do cargo. Segundo a imprensa, Moro havia ameaçado sair do governo se isso acontecesse.

 

Ele diz que lamenta a necessidade deste evento: "Primeiro queria lamentar ter que fazer esse evento de hoje, em meio a uma pandemia, a informação de 407 mortos ontem, mais de 3.365 no total. Infelizmente temos que fazer esse evento, mas não foi minha opção." e explana sobre sua carreira de Juiz há 23 anos e sua atuação na Lava-Jato.

 

Em seu pronunciamento, ele também relembra que ao, receber convite para Ministério da Justiça e Segurança Pública, fez um compromisso com Bolsonaro de combate à corrupção, crime organizado e crime violento. Que recebeu de Bolsonaro carta branca para nomear equipe. Diz que não houve acerto para indicação ao STF.

 

Além disso, Moro explana que a única condição que ele colocou quando aceitou o cargo era que ''como estava abandonando magistratura, perdendo previdência, pedi que já que íamos ser firmes contra criminalidade, se algo me acontecesse, que minha família não ficasse desamparada, sem pensão.''

 

O problema que cuminou a este pedido demissão, no entanto, foi que Presidente passou a insistir na troca do diretor-geral. ''Eu disse que não tinha problema, mas preciso de uma causa (desempenho, erro grave), mas trabalho era bem feito. Não é questão de nome. Tem outros nomes para assumir o cargo de diretor-geral da PF. Problema 1º era violação da promessa de carta branca, em 2º não havia causa e havia a ideia de interferência política na PF.''

 

Ele põe em pauta: Fiquei sabendo da exoneração de Valeixo pelo Diário Oficial. Não assinei. Valeixo não pediu exoneração. Ligaram para Valeixo à noite perguntando se ele aceitava ("Vou dizer o quê?). Essa precipitação é sinal de que o presidente não me quer no cargo.

 

E finaliza agradecendo e justificando sua saída: Tenho que preservar minha biografia e acima de tudo o compromisso que assumi, inicialmente com o próprio presidente, de ser firme contra o crime organizado, a criminalidade violenta. Pressuposto é autonomia da PF contra interferência política. Agradeço nomeação. Tínhamos compromisso, fui fiel ao compromisso...Não tenho como persistir no compromisso sem que tenha condições de trabalho e de preservar autonomia da PF para fazer seu trabalho ou concordar com interferência política na PF, com consequências imprevisíveis.