A Cesan (Companhia Espírito-santense de Saneamento) virou antro de todo tipo de práticas não republicanas com angular peculiaridade: a corrupção. Um nome, entre outros, Pablo Ferraço Andreão, nomeado diretor de Engenharia e Meio Ambiente da autarquiaevidencia-se nesse caminho do desmando e descaso com o dinheiro público, com manobras de superfaturamento e fraudes nos contratos milionários sem nenhuma transparência no mesmo formato praticado pela Odebrecht. 

O governador Renato Casagrande (PSB), denunciado no passado recente por delatores na Lava Jato com o codinome "Centrovante" na lista da Odebrecht como corrupto de levar propina, tem responsabilidade direta na constituição da atual diretoria. Indicou, por exemplo, o historiador Weydson Ferreira, diretor administrativo e comercial, que utiliza a estrutura da Cesan para produzir politica eleitoreira na prospecção de contratos suspeitos para caixa paralelo sob orientação do Palácio Anchieta, inclusive, ele está sendo denunciado pelo Ministério Público. Ocupa o cargo sem respaldo legal que exige especialidade na função. Vem sendo mantido por força política do comando central.

Corrupção

A denuncia pormenorizada contra o rodado e "escolado" Pablo Andreão, um tipo de relações públicas nas transações bilionárias, foi formalizada em junho pelo Sindicato da Construção Civil do Estado do Espírito Santo (SIDUSCON-ES). Um dos macetes desse personagem era sempre aceitar distratos com empreiteiras de contratos milionários com prejuízo ao erário (sem punibilidade) e aceitar as mesmas empresas em novas licitações com superfaturamentos presumíveis de quase meio bilhão de reais. 

Como ex-diretor da Companhia de Sabeamento de Tocantins, Pablo foi alvo de ação criminal e ação de improbidade por conta das suspeitas de sua atuação. Os processos correm no Tribunal de Justiça de Tocantins, sob os números 0016077-62.2016.8.27.2729 (ação penal) e 0000599-04.2018.8.27.2742 (ação de improbidade). 

A Diretoria de Meio Ambiente da Cesan, ocupada por Pablo, tem R$ 254.875.971,88 milhões de reais em obras sem conclusão, abandonadas após rescisão unilateral ou amigável de 33 contratos com as empresas responsáveis. 

O Portal da Transparência do Governo do Estado é tão precário que sequer apresenta data das licitações, início da obras, empresa vencedora e número do contrato a que se refere o edital. Isso porque o Espírito Santo se vende como o Estado mais transparente do Brasil. 

Causa estranheza ainda que o diretor de Meio Ambiente da Cesan não pune as empresas que abandonam o contrato e a obra. Incide assim em crime de prevaricação e improbidade administrativa.

É o caso da TRIX Engenharia Civil Ltda, que abandonou uma grande obra de esgoto na Ponta da Fruta, sob o argumento de inexeqüibilidade (gasto muito maior do que o lucro) e sequer foi penalizada, permanecendo idônea para participar de novas licitações da Cesan.

Em sua vida profissional, Pablo Andreão Ferraço se reveza entre empresas prestadoras de serviços na Cesan e diretoria de órgãos públicos de saneamento, em um círculo vicioso de conflito de interesses que recomendaria uma quarentena. 

 

A lei não proíbe, porém é estranho ter atuações ora de um lado do balcão, ora do outro, com informações privilegiadas em razão de cargos públicos, fomentando um ambiente de possível troca de favores. 

As denúncias recebidas pelo jornal são minuciosas e contém provas robustas. No documento, é enfatizado que o novo Diretor de Meio Ambiente da Cesan deixa um rastro de incompetência e corrupção por onde passa, do Tocantins ao Espírito Santo. E o governador centroavante faz que não enxerga nem com a ajuda do VAR.

INTERLIGAÇÕES SUSPEITAS

Outro nome que integra essa célula improba da autarquia é Bruno Barcellos da Cunha, filho do conselheiro Luiz Carlos Ciciliotti, que, inclusive, teve a coragem de não se julgar suspeito na relatoria das contas do governador relativas ao ano 2020, recomendando aprovação com pequena ressalva, assim mesmo, porque o Ministério Público foi quem detectou que o Governo do ES gastou aquém do exigido por lei na Educação. São interligações perigosas e com objetivo de se manterem no poder o grupo socialista. Ciciliotti foi presidente do PSB antes de ser indicado para o Tribunal de Contas pelo próprio Casagrande.

É possível ver a fumaça de uma formação de quadrilha dentro da Cesan com fortes indícios de práticas de corrupção além da imaginação. A denúncia destaca que Pablo Andreão, por onde passa, deixa rastros de improbidades e inépcias desde quando era diretor da Citágua, em Cachoeiro, passando como representante da Odebrecht, chegando a presidente da autarquia no Espírito Santo. Agora, disfarçado dentro da diretoria principal com protagonismo criminoso.

As malfeitorias desses citados agentes públicos não exime o presidente Carlos Aurélio Linhalis como responsável preposto do governador Renato Casagrande (PSB).


DETALHES DA DENÚNCIA: DOCUMENTO 1

DETALHES DA DENÚNCIA: DOCUMENTO 2