O governador Renato Casagrande (PSB) pode ser considerado o maior perdedor das eleições de 2020. Ele pode até inventar uma narrativa com eufemismo, entretanto a realidade foi cruel com o socialista. 

O PSB foi vencedor apenas em 13 Municípios dos 78, sendo que três deles ((Anchieta, Santa Maria de Jetibá e Divino São Lourenço) foram representantes cooptados do MDB na base da força e pressão política. Na Grande Vitória ele não pode nem dizer que os quadros eleitos são de sua intimidade .e que faz parte de seu projeto de reeleição

Cometeu o erro crasso de ficar em cima do muro em Cariacica, dispensando a militância do PSB para ficar à vontade, enquanto o prefeito eleito Euclério Sampaio (DEM) não teve vergonha de ocultá-lo como seu apoiador, com a vice Jacqueline Moraes (PSB) trabalhando contra.

Euclério Sampaio é deputado de cinco mandatos e sempre teve a postura de independente. Contou com o apoio do governador que lhe deu meia-boca porque o democrata não tem o DNA socialista. Isto pode lhe custar caro. As felicitações serão institucionais. 

Em Vila Velha, não escondeu de ninguém que estava com Max Mauro Filho (PSDB) que foi surrado pelo vereador Arnaldinho Borgo (PODE) por 69% a 31%. O novato quebra a política tradicional no Município Canela Verde e cria uma nova perspectiva de transição.

Na Serra, o governador será ridicularizado se considerar Sérgio Vidigal (PDT) vencedor como de sua autoria. Vidigal sempre foi Vidigal, homogênico no Município, com força política solo. Aliás, Casagrande fez jogo duro no primeiro turno contra os interesses do pedetista.

A derrota do governador foi de amargar, como absinto, em Vitória com a consagração nas urnas de Lorenzo Pazolini (Republicanos), aonde o PSB jogou toda sua máquina, mais descaradamente, contra o delegado/deputado.

O núcleo de poder do Palácio Anchieta utilizou da baixeza do secretário de Governo, Tyago Hoffmann, e da audácia do secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, para derrotar sem sucesso o novo prefeito da Capital.

Pazolini é a grande estrela do tabuleiro político, impondo um equilíbrio de forças no xadrez estadual, pela derrota acachapante que impôs ao Governo e ao Governador, não só ao PT de Coser.

Com esse mosaico político, a geopolítica do governador está apequenada e sem futuro. A rigor o PSB perdeu tamanho no interior e na grande vitória, apesar dos abusos da máquina em favor de seus aliados. O Governo sai com cartão vermelho do eleitor, que o submeteu a derrotas acachapantes.


O termômetro do prestígio político do governador e da força do governo do PSB mostrou que estão reprovados.