A Justiça do Rio decidiu pela soltura de Érika Souza Vieira Nunes, 42 anos, sobrinha que protagonizou o episódio de levar o tio já falecido a uma agência bancária em busca de um empréstimo. Ela estava detida por vilipêndio de cadáver e furto mediante fraude, após ser flagrada na situação. Na última quarta-feira, o Ministério Público do Rio (MPRJ) a denunciou por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver.

A decisão de soltura, proferida pela juíza Luciana Mocco da 2ª Vara Criminal de Bangu, atendeu a uma solicitação da defesa de Érika, revogando sua prisão preventiva.

A investigação do caso, conduzida pela Polícia Civil do Rio, avançou para considerar também a possibilidade de homicídio culposo por parte de Érika. O episódio ocorreu em 16 de abril em Bangu, Zona Oeste do Rio.

O Ministério Público do Rio se opôs ao pedido de liberdade provisória feito pela defesa de Érika, destacando que o saque realizado na agência bancária, no valor de R$ 17.975,38, estava vinculado ao tio Paulo Roberto Braga, já falecido no momento da tentativa de transação.

O MP também enfatizou o desrespeito e desprezo demonstrados por Érika ao levar o corpo do tio à agência bancária para efetuar o saque. O idoso, após receber alta hospitalar, foi levado ao banco já em condição física debilitada, fato que, segundo a Promotoria, poderia ter contribuído para seu óbito.

A polícia apontou uma clara omissão de socorro por parte de Érika, evidenciada pela situação crítica em que Paulo se encontrava, sendo levado a um banco ao invés de um hospital.

O caso, registrado em vídeo, mostra Érika tentando fazer com que Paulo Roberto assine os documentos para o empréstimo enquanto os funcionários do banco alertam para sua condição de saúde precária. O corpo de Paulo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal para exames que determinem a causa da morte.

Érika foi autuada por vilipêndio de cadáver e furto mediante fraude, enquanto a investigação agora também considera a possibilidade de homicídio culposo. A polícia continua a análise das imagens para entender os detalhes do ocorrido.

Essa decisão judicial marca mais um capítulo no caso que chocou o país pela bizarra tentativa de fraude envolvendo um cadáver. O desfecho desse episódio, ainda que provisório, levanta questões sobre os limites éticos e legais em situações extremas.