Um dos milicianos alvo da operação Naufrágio, nesta quinta-feira (25/4), se passava por policial civil, visitando as delegacias de Campo Grande e da Praça Seca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para monitorar a movimentação dos agentes.


De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), o homem, que ainda não teve a identidade revelada, “utilizava arma, uniforme e distintivo, e participava de operações em viatura oficial”.


Operação contra milícia prende 5


O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-RJ, realiza operação contra policiais civis e militares ligados ao miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. Eles são investigados por fornecer armas e munições a grupos paramilitares da Zona Oeste do Rio.

Os policiais cumprem 12 mandados de prisão. Cinco foram presos na ação. São eles: Cláudio Rodrigo Monteiro, o Ceta ou Seita, Lui Carlos Pereira de Melo, o Russo ou Xuxa, Douglas Henrique do Nascimento Alves, o DG, Marcus dos Santos de Moraes, o Semente, e o sargento da Polícia Militar Djarde de Oliveira da Conceição, conhecido como Negão 18.

O cabo Reinaldo de Souza também estava entre os alvos da operação. A promotora Tatiana Kaziris disse que um policial civil, também envolvido no esquema, repassava informações sobre inquéritos para integrantes do crime organizado na região.

“Um policial civil era responsável por fornecer diversas informações acerca de investigações contra as lideranças do grupo criminoso que poderiam atrapalhar as operações no local”, explicou.


Armas e até uniformes para a milícia


As investigações apontam que os agentes entregavam aos bandidos parte dos armamentos apreendidos em operações contra o crime organizado. O esquema tinha o objetivo de fortalecer a expansão da milícia em áreas de disputa com traficantes, principalmente em Campo Grande e na Praça Seca.

O Gaeco informou ainda que a milícia mantinha envolvimento com PMs, para que fornecessem informações privilegiadas. Já a relação com policiais civis servia para que não fossem “incomodados” com investigações e eventuais prisões em flagrante. Além disso, os agentes de segurança forneciam armas e munições desviados de apreensões e até uniformes aos criminosos.