Uma mulher que estava desaparecida desde o dia 31 de março em Aracruz, Norte do Espírito Santo, foi encontrada morta na tarde desta quinta-feira (25), após um adolescente de 17 anos confessar o crime para a polícia e dizer que acreditou que a vítima fosse uma 'olheira' de uma facção criminosa rival. O nome do suspeito não foi divulgado.

Fabrícia Pires Ramos, de 44 anos, saiu de carro da casa da tia no domingo de Páscoa em Coqueiral de Aracruz , e, desde então, não havia sido mais vista. A vítima levou um tiro na cabeça e ainda teve o corpo queimado.

Em uma publicação nas redes sociais, o tenente Adriano Farias, da Polícia Militar, divulgou que o suspeito levou os policiais até o local onde o corpo estava, em uma área afastada, na região da Vila do Riacho, também em Aracruz. A perícia da Polícia Científica foi acionada e foi até o local.

O delegado da Polícia Civil, André Jaretta, classificou o caso como um 'crime bárbaro' e deu detalhes do que o adolescente falou.

"Depois de matar Fabrícia, o suspeito pegou o carro da vítima, foi até a sua casa, dormiu, mas ficou com medo de ter deixado alguma impressão digital no local do crime. Então ele retornou ao local do homicídio, pegou o corpo, colocou de novo no carro e levou para uma área ainda mais distante. Neste segundo local ele teria colocado fogo no corpo", contou o delegado.

De acordo com o delegado, o adolescente disse ainda que matou a mulher porque achou que ela era de uma facção rival, por causa um pedido feito.

"Fabrícia teria ido até ele em um ponto de venda de drogas e feito um pedido de um tipo e tamanho específico de droga. Como ele não comercializava esse tipo de droga, suspeitou que ela pudesse ser uma integrante, uma olheira de uma facção rival e que talvez pudesse estar ali colhendo informações do tráfifco local para cometer algum ataque ou algo do tipo. Isso por si só, o fez acreditar que seria motivo suficiente para tirar a vida de uma pessoa".

Jaretta esclareceu que Patrícia não tinha nenhum envolvimento com facção criminosa ou relação com crime organizado, ao que tudo indica ela era uma usuária.

O cunhado da vítima, Eder Godoi, disse que a família aguarda por justiça.

"Parece que tiraram um pedaço do nosso corpo, a dor é incomparável, já vem de quase trinta dias. Agora, a gente cobra das autoridade que todos os envolvidos com o crime sejam punidos devidamente", lamentou Eder.

De acordo com o boletim de ocorrência feito pela família, Fabrícia saiu com o carro sem a autorização da tia, que só percebeu quando chegou em casa.

O carro utilizado pela vítima foi encontrado no dia 2 de abril em Barra do Riacho, também em Aracruz. O veículo tinha sido visto com dois homens, que fugiram em alta velocidade após abordagem dos militares.

Após a fuga, o veículo capotou em um ponto da rodovia ES-010, os suspeitos fugiram e não foram localizados.