Em uma operação policial no Espírito Santo, Homero Vieira de Almeida foi detido enquanto se passava por delegado da Polícia Federal e intermediário de uma fabricante de armas italiana. Homero, juntamente com sua esposa Mayra dos Santos Silva e Diego Conceição Diodato, foi protagonista de uma série de fraudes que movimentaram mais de R$ 800 mil em menos de um ano.

A prisão ocorreu no dia 29 de fevereiro, na rodovia ES-060, em Vila Velha. As investigações da chamada Operação Apate só vieram a público nesta semana, detalhando um esquema onde o falso delegado vendia dados de agentes de segurança e planejava um roubo a banco. O grupo ainda angariava dados de vítimas, providenciando empréstimos fraudulentos e articulando outros crimes financeiros.

Entre os lesados estavam policiais de diversas regiões do Brasil, interessados na compra de armamentos que nunca foram entregues. As vítimas, algumas delas pagando até R$ 45 mil, buscavam aquisição e porte de armas. A partir de um site fictício, Homero e seus comparsas simulavam a venda de armas e acessórios, além de cobrar valores exorbitantes por supostos favorecimentos no processo de licenciamento.

Os celulares apreendidos de Homero foram essenciais para as investigações, revelando uma complexa rede de crimes cibernéticos e planos para ações mais ousadas. “Descobrimos que Homero mantinha um banco de dados com informações sensíveis de agentes de segurança de todo o país, tentando vender esses dados para o crime organizado em São Paulo”, explicou o delegado Alan Andrade, responsável pela operação.

Além disso, a polícia descobriu que o grupo usava “laranjas” para receber e movimentar o dinheiro obtido ilicitamente, com a ajuda da empresa de Mayra dos Santos Silva. Homero também criou uma falsa empresa de recrutamento para coletar mais dados pessoais sob a premissa de oferecer empregos.

A primeira fase da Operação Apate foi concluída com a prisão de Homero e a acusação formal contra ele, sua esposa e o comparsa. Eles enfrentam várias acusações, incluindo estelionato, fraude digital, associação criminosa, falsa comunicação de crime e lavagem de dinheiro. As investigações continuam, pois a polícia suspeita de mais envolvidos e possíveis novos crimes planejados pelo grupo.