Um dos quatro parlamentares denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por envolvimento em um suposto esquema de fraude em contratos com prefeituras e câmeras municipais para beneficiar o Primeiro Comando da Capital (PCC), o vereador Ricardo Queixão (PSD) cobrava Pix pelo WhatsApp do empresário Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito, acusado de liderar o cartel montado pela facção criminosa.
“Vê se consegue agilizar pra mim eu tenho que comprar o terno pra posse e agilizar outras coisas para minha presidência”, escreveu Queixão (foto em destaque) a Latrell, no dia 29 de dezembro de 2020, quando estava prestes a assumir o seu terceiro mandato como vereador em Cubatão, na Baixada Santista.
Braga Netto pressiova militares a aceitar ideias golpistas Reprodução/PF
Vereador cobra pix de empresário ligado ao PCC Reprodução/Denúncia
Vida em baladas era retratada nas redes sociais Reprodução/MPSP
Em conversas, ex-funcionários denunciam irregularidades Reprodução
Braga Netto pressiova militares a aceitar ideias golpistas Reprodução/PF
Em resposta, Latrell disse que estava “apertado”, mas faria um esforço pelo político. “Mas vou te ajudar, já que é pra empossar o homem, já vamos começar a ir na Câmara juntos”, disse o empresário, que foi o principal alvo da Operação Munditia, deflagrada pelo MPSP na semana passada, e seguia foragido até essa quinta-feira (25/4).
Essa é uma das diversas mensagens apreendidas nos celulares dos investigados que, segundo a Promotoria, mostram que vereadores presos por envolvimento com o cartel do PCC cobravam propina pelo WhatsApp e com uso do Pix.
No caso do terno, Queixão encaminhou a conta e os dados pessoais de sua esposa ao empresário, que, em seguida, encaminhou um comprovante no valor de R$ 2 mil. O parlamentar, mostra a denúncia do MPSP, era um contumaz cobrador do empresário. “Bom dia. Pix não foi feito, sangue bom?”, escreveu, em janeiro de 2021.