Os juízes federais manifestaram sua preocupação e discordância em relação aos recentes afastamentos determinados pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão. A juíza Gabriela Hardt e três magistrados do Tribunal Regional Federal da 4ª Região — o juiz Danilo Pereira Júnior e os desembargadores, Carlos Eduardo Thompson Flores e Lenz Loraci Flores De Lima — foram os alvos das decisões.

Salomão justificou o afastamento de Gabriela com base na “existência de indícios de graves infrações disciplinares”, citando alegada violação ao Código de Ética da Magistratura Nacional e aos princípios da legalidade, moralidade e republicanismo. Ele focou em questões relacionadas à gestão de recursos oriundos de acordos de colaboração e leniência no contexto da Operação Lava Jato.

Em relação aos membros do TRF-4, o corregedor apontou um suposto “descumprimento reiterado de decisões do Supremo Tribunal Federal” e comportamentos que, segundo ele, mancharam a imagem do Judiciário e comprometeram a segurança jurídica e a confiança na Justiça.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) expressou confiança na revisão dessas decisões pelo plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que se reunirá nesta terça-feira, 16. A entidade argumenta que o afastamento de magistrados deve ser fundamentado em “motivos de natureza extremamente grave” e “contemporaneidade aos fatos”, critérios que, segundo a Ajufe, não se aplicam ao caso em questão.

A associação também questionou a decisão monocrática de Salomão, realizada às vésperas do julgamento dos casos pelo Plenário do CNJ. Ela destacou que os magistrados afastados têm “conduta ilibada e décadas de bons serviços prestados à magistratura nacional, sem qualquer mácula em seus currículos”.