O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pretende autorizar a abertura de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) depois dos recentes desgastes com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lira sugeriu a abertura de CPIs na reunião de líderes de 3ª feira (16.abr.2024). Conforme o Poder360 apurou, o encontro foi parte de uma conversa inicial e os líderes estão à espera de mais detalhes sobre os temas das investigações e quais serão priorizadas. Atualmente existem 8 requerimentos com assinaturas suficientes para abrir a CPI na Casa Baixa.

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O desgaste na relação de Lira com o governo voltou à tona depois da votação na Câmara que manteve preso o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018. Governistas acreditam que o presidente da Casa Baixa saiu derrotado pois seu preferido à sucessão, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), articulou para soltar Brazão e não teve êxito.

Lira disse que não houve articulações sobre a manutenção da prisão de Brazão mirando a sucessão à presidência da Câmara, e que “notícias falsas” foram espalhadas pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O deputado chamou Padilha de “desafeto pessoal” e “incompetente”.

A relação entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo havia melhorado no início do ano depois de uma conversa entre Lira e Lula que definiu o ministro da Casa Civil, Rui Costa, como interlocutor entre os 2, afastando Padilha.

No entanto, Lula saiu em defesa do ministro das Relações Institucionais , o que não agradou o presidente da Câmara. O PT também divulgou nota em que citou “irrestrita solidariedade” ao ministro e afirmou que Lira compromete a liturgia do cargo com tais declarações.

Além disso, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adiou a sessão conjunta para a análise dos vetos presidenciais. A sessão, que estava prevista para esta 5ª feira (18.abr), ficou para a próxima 4ª (24.abr). O adiamento é visto como um respiro ao governo, que deveria sair derrotado por causa da derrubada de vetos estratégicos pelos congressistas.

O veto de R$ 5,6 bilhões às emendas de comissão é o principal na mira dos deputados. Os congressistas contam com a verba devido ao ano eleitoral e pretendem derrubar o veto do presidente, conforme apurou este jornal digital. No entanto, governistas acreditam que o adiamento da sessão dá mais tempo para negociações e a elaboração de uma nova estratégia.