Dois anos após o anúncio da vacina Butanvac pelo ex-governador de São Paulo, João Doria, ainda não há previsão para a conclusão da terceira fase dos testes, etapa que avaliará a eficácia do imunizante. A vacina, que foi anunciada como a primeira “100% brasileira”, teve sua tecnologia produzida no Hospital de Mount Sinai, em Nova York, e utiliza o vírus da doença de Newcastle modificado para apresentar a proteína S do Spike.

Atualmente, a Butanvac está na fase 2 dos estudos, que tem prazo estimado de 12 meses, mas os resultados preliminares poderão ser apresentados à Anvisa em seis meses. A fase atual testa 400 pessoas que receberam até quatro doses de qualquer vacina contra Covid, sendo a última dose recebida de 120 a 240 dias antes da entrada no estudo. O diretor do Butantan, o médico infectologista Esper Kallás, atribuiu o atraso em encontrar participantes para a dificuldade em encontrar “virgens” de vacina, uma vez que praticamente todas as pessoas já foram vacinadas ou tiveram Covid.

A demora na conclusão da vacina nacional, que tem o potencial de ser produzida em ovos embrionados e armazenada refrigerada, pode ser uma desvantagem para o Brasil em um cenário de reforços anuais contra a Covid. Enquanto isso, o país depende de imunizantes produzidos por outros países e a Butanvac corre o risco de ter suas doses vencidas antes mesmo de serem utilizadas.