Mesmo detido em uma unidade prisional em Viana, Georgeval Alves Gonçalves, figura central de um dos crimes mais brutais já cometidos no Espírito Santo obteve acesso a R$ 1.800 do auxílio emergencial do governo federal.Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado, estupro de vulnerável e tortura praticada contra o filho de 3 anos e o enteado, de 6. O caso aconteceu em Linhares, em abril de 2018. 

 

 

Segundo registros do Dataprev, Georgeval, conhecido na época do crime como pastor George Alves, recebeu até o momento pelo menos três parcelas de R$ 600 reais. Outras duas ainda estão pendentes.Não é possível saber se ele sacou ou utilizou o dinheiro.

 

Como é inscrito no CadÚnico, o cadastro nacional de famílias em situação de pobreza, Georgeval não precisou baixar o aplicativo da Caixa e fazer o cadastro para acessar o benefício. Pelas regras do auxílio, todos os inscritos no CadÚnico recebem automaticamente o recurso contanto que cumpram os requisitos mínimos. 

 

Como A Gazeta já apontou em outras ocasiões, uma falha no sistema do governo federal acabou pagando automaticamente o auxílio até para quem não se encaixava nas regras do programa, que é destinado às pessoas em situação de pobreza por conta da pandemia de coronavírus.  Pessoas que cumprem pena em regime fechado, como é o caso de Georgeval, não poderiam receber, mas os dados não foram cruzados.

 

 A reportagem tenta contato com a defesa de Georgeval. O Ministério da Cidadania, responsável pela gestão do auxílio emergencial, informou em nota que as informações que estão sendo inseridas no site e no aplicativo do benefício são cruzadas com vários bancos de dados oficiais de documentação e situação econômica e social. “Até o momento, o Governo Federal recuperou, R$ 83,6 milhões pagos a pessoas que não se enquadravam nos critérios para recebimento do benefício”, disse.