O deputado federal Felipe Rigoni criticou a criação de um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da antiga CPMF. A proposta abarcaria pagamentos feitos também por meio de aplicativos, com potencial para arrecadar R$ 120 bilhões, e vem sendo defendida pela equipe econômica do governo federal.


"O governo pode chamar do que quiser, mas é uma CPMF. É um equívoco, um imposto perverso, regressivo, que prejudica os mais pobres. Se a reforma tributária do governo for mais abrangente, unificando impostos e focando na renda, não no consumo, conseguiremos mais competitividade e crescimento sem precisar recorrer à CPMF", detalha o parlamentar.



Rigoni é defensor da PEC 45/2019, elaborada em parceria com o economista Bernard Appy, um dos maiores especialistas do país sobre o tema. Em live recente, Appy defendeu a reforma como ferramenta de desenvolvimento. "Em 15 anos, cada brasileiro vai ser 20% mais rico. Do ponto de vista do crescimento, é a reforma mais importante", argumentou o economista.



Para o parlamentar capixaba, as reformas da Previdência, tributária e administrativa promoverão uma "transformação estrutural" no país. "Precisamos equilibrar as contas públicas e dar mais espaço para investimentos em infraestrutura e educação. São medidas fundamentais para estimular a geração de empregos", enfatiza.



Simplificação


Estudo do Banco Mundial aponta que empresas brasileiras gastam 1.958 horas por ano para pagar impostos, o pior resultado da América Latina e dos países da OCDE. Na Argentina, a tarefa consome 311 horas anuais; na Índia, apenas 175 horas. O deputado federal defende a simplificação como ferramenta para melhoria do ambiente de negócios.


"Existem cerca de três mil regras tributárias no país, o que aumenta a insegurança jurídica, eleva custos e afeta a produtividade. A reforma tributária vai ampliar nossa competitividade. Há também o aspecto da cidadania. Com a reforma tributária, saberemos quanto de imposto está contido em tudo que compramos, uma tarefa impossível hoje", lembrou Rigoni.