O capixaba tem que trabalhar em média 15 dias em um mês para comprar uma cesta básica. O cálculo foi feito com base nos dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre a cesta básica de Vitória.

 

 

 

Segundo o Dieese, o custo de compra de itens de alimentação básicos em Vitória é o quinta mais cara do país, dentre as 17 capitais pesquisadas, com o preço médio de R$ 610. O valor representa 60% de um salário mínimo. De março para abril, os itens aumentaram 2,36%.

 

 

 

Dessa forma, quem ganha um salário mínimo, precisa trabalhar pelo menos 122 horas para comprar a cesta básica. Considerando uma carga horário média de 8 horas de trabalho por dia, o capixaba trabalha 15 dias só para comprar alimentos.

 

 

 


Itens da cesta básica — Foto: Acervo/Aleam

Itens da cesta básica — Foto: Acervo/Aleam


 

 

 

A supervisora regional do Dieese, Sandra Bortolon, disse que o salario mínimo ideal do brasileiro seria de R$ 5.300 reais. Com esse valor, seria possível dedicar 35 a 40% para alimentação, e o restante daria para ser dividido em despesas como educação, esporte e lazer.

 

 

 

"Quando você tem uma alta significativa dos preços, mas não tem valorização adequada do salario mínimo para acompanhar isso, há essa lacuna entre o que vc tem de poder de compra e o que recebe efetivamente quando recebe", explicou a supervisora regional do Dieese.

 

 


Cesta básica do ES é a quinta mais cara do país — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Cesta básica do ES é a quinta mais cara do país 


 

 

 

Ajuda

 

 

 

Na casa de Ruanderson Ganda e de Sueli Ganda, os dois estão desempregados e sobrevivem de bicos. Para se alimentar e sustentar os dois filhos, o casal conta com a ajuda de familiares e da igreja.

 

 

 

"Os alimentos que tenho na minha casa são de ajudas dos meus parentes e da igreja. Assim, vamos tocando a vida", explicou Ruanderson.

 

 


Sueli e o marido, Ruanderson, fazem pão caseiro para dar de comer aos filhos — Foto: Reprodução/TV Gazeta


Sueli e o marido, Ruanderson, fazem pão caseiro para dar de comer aos filhos


 

 

 

Antes da pandemia, Sueli tinha trabalho até aos domingos. Mas a pandemia fez com que a demanda como diarista caísse muito. A única renda fixa da família são os R$ 250 do Bolsa Família.

 

 

 

"Como a gente ganhou a cesta básica, vem trigo. A gente manda comprar ovos, fazemos um pão, um bolo. É o que eles [os filhos] vão comer até a gente conseguir dinheiro para comprar o pão", contou a diarista. "É a fé que faz a gente ter o sorriso, a alegria, faz a gente viver. Senão, nos dias de hoje a gente desespera".