A Prefeitura de São Gonçalo ainda não conseguiu contratar médicos em quantidade suficiente para completar os quadros técnicos necessários no combate à Covid-19, nem mesmo com o pagamento de bons salários. A violência da região é uma das justificativas apontadas.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o município está oferece remuneração de R$ 12 mil para o cumprimento de plantões de 24 horas. A oferta inicial era de R$ 7 mil, mas poucos médicos se interessaram.

O município, então, fez mais dois aumentos: primeiro para R$ 9 mil, depois para R$ 10 mil. Ainda assim, a procura foi baixa. Decidiu-se, portanto, aumentar o valor para R$ 12 mil.

 

"E mesmo assim, ainda não temos o número necessário de profissionais. Estamos com uma dificuldade muito grande para encontrar pessoas para trabalhar aqui. Sobretudo gente que já tenha experiência em Unidades de Terapia Intensiva", explicou o diretor-geral do Hospital Luiz Palmier, Eraldo Azevedo Soares – a unidade é referência no combate ao novo coronavírus na cidade.

 

Atualmente, o hospital conta com 65 leitos. No entanto, com o número necessário de médicos, poderiam ser 100 postos de atendimento.

Situação semelhante ocorre no Hospital Nossa Senhora das Graças – a unidade tem 15 leitos de UTI, mas poderia ter 70 se conseguisse mais médicos.

A necessidade de mais profissionais é justificada. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, São Gonçalo ocupa o quarto lugar em número de notificações e mortes causadas pelo novo coronavírus no Estado do Rio – até esta segunda-feira (1), havia 1.619 notificações e 159 óbitos.

"Lutamos contra a Covid-19 todos os dias com todos os recursos que temos, mas estaríamos um pouco mais aliviados se contássemos com mais médicos", avaliou Eraldo.