O Ministério Público da Irlanda do Norte decidiu não processar 15 soldados que estiveram envolvidos na morte de 13 católicos desarmados em 1972 durante o massacre do Domingo Sangrento.
Na Irlanda do Norte, os católicos são majoritariamente favoráveis à independência do Reino Unido.
No dia 30 de janeiro de 1972 houve uma marcha pacífica em Londonderry. Essa é uma região considerada nacionalista. O ato não havia sido autorizado pela polícia.
Mapa mostra a localização de Londonderry — Foto: G1
Uma tropa de soldados do Reino Unido abriu fogo e matou imediatamente 13 pessoas desarmadas. Uma outra vítima morreu posteriormente em decorrência dos ferimentos.
Um inquérito judicial sobre os eventos concluiu, em 2010, que as vítimas eram inocentes e não representavam ameaça aos militares.
Esse é o incidente mais violento do conflito entre os separatistas da Irlanda do Norte e o Reino Unido.
A violência na Irlanda do Norte piorou a partir de então –os anos foram chamados de “The Troubles” (Os Problemas, em tradução livre). Em 1998 foi firmado o Acordo de Good Friday (Boa Sexta-feira, em tradução livre) que pôs um fim ao conflito. No total, 3.500 pessoas morreram em decorrência dos conflitos durante essas décadas.
O Soldado F.
No ano passado, os promotores decidiram que havia provas para indiciar um ex-soldado britânico, conhecido como Soldado F., por dois homicídios. Outros 16, no entanto, não seriam processados (um deles morreu e o caso automaticamente se extinguiu).
Familiares das vítimas e sobreviventes entraram com um apelo na Justiça para revisão da decisão.
“Eu concluí que a evidência disponível é insuficiente para um prospecto razoável de condenação de qualquer um dos 15 soldados”, disse Marianne O'Kane, assistente sênior da promotoria.
O processo contra o Soldado F. continua, mas ainda não chegou ao tribunal.