Enviados especiais a Barra do Mendes, Bahia – Era madrugada de segunda-feira, dia 17 de novembro de 2008, por volta das 4h40, quando Lázaro Barbosa de Sousa, após virar a noite bebendo cachaça e cerveja, dirigiu-se para uma casa em Melancia, zona rural de Barra do Mendes, na Bahia, e chamou o padrasto, Getúlio José de Souza.

O homem levantou-se da cama, abriu a porta e se assustou ao ver o enteado, que na época tinha 20 anos. Lázaro apontava o cano de uma espingarda socadeira, de cor amarelada, em direção ao padrasto.

O jovem estava prestes a cometer seu segundo homicídio naquela madrugada. Getúlio pediu para que o criminoso abaixasse a arma. Segundo relatos de vizinhos, ele falou “coisas de Deus” ao enteado.

Lázaro atendeu ao pedido. Em seguida, perguntou se tinha algo para comer, e Getúlio o convidou para entrar.

“Carlitinho já era, e tem mais pessoas para matar”, disse Lázaro ao padrasto, enquanto comia cuscuz e tomava café frio. Ainda temeroso, Getúlio perguntou se seria a próxima vítima, mas Lázaro negou e antecipou que ia matar “seu Manoel”.

Após o café, Lázaro pediu ao padrasto que não “abrisse o bico” e saiu pela porta dos fundos, com a espingarda nas costas. Três minutos depois, a comunidade de Melancia ouviu o segundo disparo.