Uma advogada afirma ter sido presa e agredida por policiais militares enquanto estava trabalhando na noite desta segunda-feira (13) na Delegacia Regional de Vitória.

Um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que esteve no local para acompanhar o caso afirmou que além de a prisão ser ilegal, a profissional também ficou com marcas das agressões no corpo.

Advogada foi até a delegacia para atender um cliente que havia sido preso durante uma ação da Polícia Militar. A confusão teve início após uma discussão entre ela e os militares.

"Ela foi abordada, segundo ela, por dois policiais militares, que já de forma bem ríspida a agrediram com palavras. Essa discussão foi se intensificando e acabou que esses dois militares a agrediram fisicamente, inclusive pegaram ela pelo pescoço. Ela está cheia de marcas pelo corpo. Inclusive algemaram ela e deram voz de prisão", afirmou o diretor de Prerrogativas da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas, Ricardo Pimentel Barbosa.

Em outro registro há uma discussão e um princípio de confusão. Um policial militar afirma que a advogada está detida.

"Filma aí, eu quero falar com o delegado, eu só saio daqui com o delegado presente", disse a advogada.

Já o militar, justificou-se.

"A senhora está presa por desacato policial e ameaça. A senhora sabe que desacatou um policial e ameaçou".

Em um outro trecho, o PM afirmou que a advogada não teria se apresentado devidamente e, por isso, teria sido afastada.

"Ela perdeu a razão. Ela ameaçou e desacatou. Se recusou a se identificar, foi dada voz de prisão pra ela, ela se recusou a ser detida", afirmou o policial.

Para Ricardo Pimentel Barbosa, que acompanhou todo o andamento da ocorrência, a detenção foi ilegal.

"Não é possível que em pleno estado democrático de direito um advogado seja desrespeitado dessa forma. Ele vem aqui a trabalho e sofre uma violência dessas. fora o constrangimento que a polícia está fazendo o advogado passar diante do seu cliente e dos familiares do seu cliente", pontuou.

Até o final da noite desta segunda, a ocorrência ainda estava em andamento e todos os envolvidos seriam ouvidos pelo delegado de plantão na Delegacia Regional de Vitória.