Recentemente, o deputado estadual Capitão Assunção, expulso do PSL esta semana, deveria cortar a mão de sua estagiária condenada por dar golpe em inocentes. Pelo critério ultra-radical do parlamentar que ofereceu R$10 mil a quem matasse um bandido assassino no Espírito Santo, estaria razoável pagar alguém, valor menor, para a amputação do membro de uma golpista.

Elaine Alves da Silva, conhecida como Elaine Kohler, foi condenada em 2012 pela acusação de estelionato e está lotada no Gabinete do Assumção. Ela recebe só para atacar o governador Renato Casagrande (PS). Ora, ideologia à parte, considerando que o capitão só entende que bandido bom é bandido morto, logo golpista boa é golpista mutilada, como uma marca de caim.

Quando se faz política sem obrigação de sair do senso comum e aplicar a lei no sentido de sua constituição com tese, antítese e análise, o protagonista vira um ser anômalo que não se sustenta com a aplicação da lógica defendida por ele. Se o deputado age de forma amoral, caindo em si no campo da ética dele, demitiria todo o Gabinete por deixá-lo passar por esse vexame.

Em caso de não desculpas pública e exoneração da estagiária (para ele não existe recuperação de bandido ou bandida, nem pagando a pena), o que ele falar, mesmo da tribuna, terá tanto valor quanto uma moeda de 1 real infectada pelo coronavírus. Tentar se justificar, com certeza a emenda ficará pior do que o soneto. Pau que dá em Chico tem que dar em Francisco.

Tem-se de respeita o jeito ou estilo do deputado de fazer política, com ou sem pistola na mão. É democrático! Agora, o povo não tem obrigação de aceitar retórica de dois pesos e duas medidas. Neste caso em tela, não remediado, a desgraça virá com a cavalaria. A direita que defende tem de ser holisticamente direito. Mutila a moça! Ou desfaz o discurso!