A Justiça de São Paulo aumentou a lista de medidas impostas a Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do presidente Lula (PT), acusado de violência doméstica pela ex-mulher, a médica Natália Schincariol.

Além das medidas anteriores, ele está proibido de “publicar, postar, veicular, encaminhar, divulgar, comentar, por qualquer meio, conteúdo que se refira, direta ou indiretamente, à requerente”. As informações são do portal g1.

A Justiça atendeu um pedido da ex-mulher por Luís Cláudio ter compartilhado um vídeo supostamente ofensivo a ela, o que configuraria violência doméstica.

Ao compartilhar o vídeo, o filho do presidente disse “sábias palavras” para um conteúdo de uma apresentadora dizendo que Natália “não inspira confiança” e que ela teria se aproveitado da situação por desejo financeiro. A mulher também fez críticas ao corpo e ao comportamento dela nas redes sociais.

O Ministério Púbico de São Paulo (MP-SP) concordou com a imposição da nova medida contra o filho do presidente. A defesa dele não se manifestou sobre a decisão. O caso tramita em segredo de justiça.

Entenda a denúncia da ex-mulher

No início de março deste ano, Natália registrou um boletim de ocorrência em São Paulo relatando agressão física, incluindo cotovelada na barriga. Além disso, o boletim de ocorrência mostra relatos sobre ele “contrair doença com amante” e expor a companheira, intencionalmente. A Itatiaia teve acesso ao documento.

Na ocorrência, a médica, que manteve relacionamento por dois anos com Luís Cláudio, relatou ter sofrido uma cotovelada na barriga em uma das brigas do casal, no final de janeiro deste ano, por se recusar a entregar o celular a ele. A vítima também registrou queixa por violência verbal, psicológica e moral, que teria colocado em risco a integridade física e mental dela.

 

A médica contou aos investigadores que precisou se afastar do trabalho por um mês devido ao trauma causado pelas agressões, e que foi hospitalizada com crises de ansiedade. A vítima disse que recebeu ameaças do ex-companheiro, e que chegou a receber ofensas como “doente mental”, “vagabunda” e “louca”.

Ainda em relato no BO, Natália Schincariol disse ter sido exposta publicamente nas redes sociais e na sociedade, inclusive com a presença do agressor com outra pessoa enquanto os dois mantinham um relacionamento. Ela relatou ter sido manipulada e ameaçada para não denunciar as agressões, sob a alegação de que o agressor é filho do presidente da República.

A defesa de Luís Cláudio Lula da Silva disse que tomou conhecimento do que chamou de “fantasiosas declarações”, e afirmou que as falas se tratam de “calúnia, injúria e difamação”. A defesa ainda afirmou que tomará medidas legais pertinentes para que a médica possa responder por reparação por danos morais.