Um cachorro foi morto a tiros por um sargento da Polícia Militar na noite de quarta-feira (17), no bairro Guaranhuns, em Vila Velha. Segundo a PM, o próprio policial acionou a corporação após o ocorrido, e alegou que agiu para evitar um ataque após animal, que ele disse ser da raça pitbull, segundo ele, ir de forma agressiva para cima da mãe dele e do cachorro que estava com ela. Já a tutora do animal informou que o homem confundiu a raça do animal, que ela afirma ser um American Staffordshire Terrier.

Após os disparos contra o animal, o sargento acionou a Polícia Militar pelo Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), por meio do 190. A PM disse que, ao chegar ao local, “a equipe fez contato com o homem, que explicou que estava passeando com a esposa, de 31 anos, a mãe, de 72 anos, e dois cachorros de estimação de médio e pequeno porte, ambos com coleira, quando o portão de uma residência se abriu e um cachorro da raça Pitbull, desacompanhado, sem coleira e sem focinheira, correu em direção aos três de forma agressiva, prosseguindo em direção à idosa.”

Diante da situação, o militar afirmou que “precisou utilizar os meios que tinha à disposição para evitar o ataque, efetuando três disparos contra o animal", conforme consta na nota enviada pela Polícia Militar.

O sargento relatou aos militares que a esposa conseguiu correr durante o avanço do cachorro, mas a mãe, por ser idosa, não conseguiu. Após os disparos, ele acionou o Ciodes (190) e aguardou a chegada da guarnição no local. “A Polícia Militar informa que o caso será apurado internamente", disse a corporação, uma vez que o homem atua na PM.

 

A Polícia Civil, por sua vez, informou que "o caso seguirá sob investigação da Delegacia Especializada de Proteção e Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (DPMA). Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada."

Cão não era agressivo, diz tutora

Em conversa com a reportagem, a tutora do animal, que preferiu não se identificar, por medo de retaliação, informou que não estava em casa na hora do ocorrido, apenas os dois filhos adolescentes.

“Os moradores (vizinhos) falaram que ele (cão) escapou da minha casa e foi em direção a eles (policial e família), mas não de forma agressiva. Ele não era um cachorro agressivo. Nem era um pitbull, era um American staffordshire, que estava com a gente havia dois anos.”

Ainda segundo a tutora, ela precisou levar os filhos ao hospital, porque ficaram muito abalados com a morte do animal. “Ele (policial) alega uma agressão que não aconteceu. As testemunhas ao redor falam que ele não foi agredido. Não vou tirar que meu cachorro fugiu. Mas houve um excesso. Se fosse um civil, teria saído dali preso. Mas não encostaram no policial, não foi em viatura, ele foi no tempo dele. E, na delegacia, em momento nenhum fomos ouvidos”.