A Procuradoria Geral da República (PGR) aponta fragilidades nas evidências apresentadas pela Polícia Federal (PF) contra Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, que culminaram em sua prisão. O documento emitido no dia 20 de março pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, destaca a necessidade de obter informações adicionais tanto da Força Aérea Brasileira (FAB) quanto do governo dos Estados Unidos.

A detenção de Martins baseou-se em dois elementos principais, ambos considerados insuficientes pela PGR: a primeira é uma lista de passageiros de um voo presidencial para Orlando, encontrada em formato editável no computador de Mauro Cid, outro ex-auxiliar de Bolsonaro; a segunda, dados de um website do Departamento de Segurança Interna dos EUA, que apontavam a entrada de Martins no país. Porém, o próprio site esclarece que seus dados não possuem validade legal.

Frente a essas incertezas, a PGR sugere que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, requisite informações adicionais para esclarecimento. Entre as solicitações, estão imagens do embarque da comitiva presidencial pela FAB e registros oficiais de entrada e saída dos EUA que possam confirmar a presença de Martins.

Recentemente, atendendo a um pedido anterior da PGR, Moraes determinou que a companhia aérea Latam confirmasse a presença de Martins em um voo interno no Brasil, bem como solicitou ao aeroporto de Brasília as filmagens do embarque da comitiva presidencial. A Latam confirmou o embarque de Martins, embora o aeroporto de Brasília tenha informado a impossibilidade de fornecer as imagens solicitadas devido à política de exclusão após 30 dias.

Filipe Martins foi capturado no início de fevereiro de 2024, na operação Tempus Veritatis, sob a acusação de tentativa de fuga do país. Detido em Ponta Grossa, Paraná, atualmente está no Complexo Médico Penal de Pinhais, conhecido por abrigar detentos da operação Lava Jato.