A Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária da Petrobras aprovou, nesta quinta-feira (25/4), a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal, que totalizam R$ 43,9 bilhões. A decisão, que criou forte polêmica nos últimos meses, seguiu orientação do governo federal, o maior acionista da empresa, que deve receber cerca de R$ 6 bilhões do valor.

Os 50% dos dividendos, cerca de R$ 21,9 bilhões, serão pagos em duas parcelas: a primeira delas, em 20 de maio, e a segunda, em 20 de junho. Na assembleia, o governo também sinalizou a possibilidade de nova distribuição de valor equivalente ao longo do ano, de acordo com as condições financeiras da empresa.

A questão do pagamento dos dividendos provocou forte crise na Petrobras, com repercussão nas ações da empresa negociadas na Bolsa brasileira (B3). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, era contra o repasse da quantia e contava com o apoio de outros integrantes do governo e do PT, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Os representantes dos acionistas minoritários, que compõem o Conselho de Administração da empresa, queriam o repasse de 100% da quantia.

No meio da polêmica, a diretoria da Petrobras, liderada pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates (foto em destaque), que participou da assembleia de acionistas, sugeriu o pagamento de metade do valor. O encontro desta quinta-feira contou com a participação de 91,92% dos acionistas ordinários (com direito a voto) da estatal.

Na última semana, o Conselho da companhia aceitou a proposta dos 50%. Na segunda-feira (22/4), Silveira afirmou, durante evento realizado com a presença de empresários, em São Paulo, que as necessidades do Ministério da Fazenda foram decisivas para definir o pagamento dos 50% dos dividendos. A pasta federal corre atrás de recursos para fechar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.

Nesta quinta, dos 11 conselheiros, 10 votaram a favor da divisão. O único voto contrário teria sido dado pela representante dos funcionários, Rosangela Buzanelli. A assembleia ainda vai eleger os novos integrantes do Conselho. Ao todo, 14 nomes concorrem a 10 assentos.