O que você vai ouvir é trecho da gravação de um documentário sobre o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), que aconteceu no dia 6 de novembro de 2020, no Palácio dos Bandeirantes. A assessoria do governo autorizou a equipe da série a gravar o início de uma reunião sobre a importação de vacinas, mas se esqueceu de desconectar o microfone, que registrou todo o encontro.

 

 

 

No diálogo com o diretor do Butantan, Dimas Tadeu Covas, Dória cobra satisfações do atrasado da Coronavac. Até aí, tudo bem! Mas a conversa é reveladora. Não importava a qualidade das vacinas e como os chineses estavam desenvolvendo, a preocupação do governador era restrita ao bônus do capital político que seria refletido a sua imagem como pretenso candidato a presidente da República nas eleições 2022. E o quanto poderia afetar o seu futuro adversário eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro.

 

 

 

Tô gastando meu capital [político] toda semana”, diz ele a Dimas Covas.

 

 

 

Cada vez que tem um problema, eu fico mais exposto na discussão. Cadê a vacina num pacote escrito ‘vacina CoronaVac’? É mortal. Não há Anvisa, nem Bolsonaro, nem bolsominion que resista. Então é importante chegar a vacina. Essa imagem; ela é de uma força, de uma pressão política, institucional, de opinião pública, irresistível. Irresistível”, disse.

 

 

 

Dória em nenhum momento mostra preocupação em salvar vidas. Em trecho diz que a chegada da vacina é ”mortal” no sentindo de atingir a imagem de Bolsonaro. “Num pacote escrito vacina CoronaVac. É mortal.”

 

 

 

O nome do “chinês” alvo das críticas, não foi revelado.

 

 

Dória via e vê a pandemia como uma oportunidade política para avançar em sua estratégia eleitoral.

 

 

 

Veja: