Um homem de 36 anos está preso suspeito de ter causado um prejuízo de R$ 1 milhão ao Hospital Santa Casa de Misericórdia, em Vitória.

De acordo com investigações da Polícia Civil, o suspeito, que não teve o nome divulgado, atuava como gerente de recursos humanos do hospital filantrópico e teria usado o cargo para contratar funcionários "fantasmas", que repassavam parte do dinheiro das contratações para ele. Além disso, ele também teria desviado dinheiro em espécie.

O gerente foi preso no sítio dele, no distrito de Soído de Baixo, em Marechal Floriano, na Região Serrana do Espírito Santo, por policiais da Delegacia de Combate à Corrupção (Decor) e da delegacia da cidade, durante a realização da Operação RH, na sexta-feira (24). A prisão foi divulgada pela polícia nesta segunda (27).

De acordo com o delegado Janderson Lube, as fraudes tiveram início em 2019. Já o esquema de contratação falsa começou a ser realizado no início do ano passado, durante o período da pandemia da Covid-19.

Segundo o delegado responsável pela investigação, sete pessoas foram contratadas de forma irregular.

Para além das falsas contratações, o ex-gerente, que foi demitido em setembro de 2020, ainda teria criado um esquema de pagamento de falsas gratificações para seis funcionários do hospital.

 

"Os salários variavam de R$ 25 mil até R$ 79 mil. Além de inserir os funcionários com salários base, ele já inseria gratificações para os funcionários fantasmas", explicou Lube.

 

Ao todo, 15 pessoas estão sendo investigadas por suspeita de participação no esquema. Os funcionários do hospital ainda não foram ouvidos pela polícia.

Para arquitetar o esquema de fraudes, o ex-gerente contou com o apoio de um morador de Marechal Floriano, que está foragido. Este homem, que atuava como construtor, era quem indicava os nomes das pessoas a serem contratadas como fantasmas. O nome do foragido também não foi divulgado pela Polícia Civil.

As investigações que levaram à prisão do ex-funcionário tiveram início após a Santa Casa denunciar o caso à polícia. As fraudes foram identificadas com o apoio do Laboratório de Lavagem de Dinheiro do Ministério Público.

O delegado Janderson Lube explicou que o ex-gerente preso estava reformando o sítio de Marechal Floriano. Ele comprou cerca de R$ 90 mil em materiais de construção. A compra, conforme aponta a polícia, pode ter sido um meio de encobrir as fraudes.

O homem preso responderá pelos crimes de falsidade ideológica, estelionato e lavagem de dinheiro.

A Polícia Civil também investiga se os esquemas fraudulentos podem ter causado prejuízos aos cofres públicos, uma vez que a Santa Casa é uma instituição filantrópica, que recebe dinheiro público.