O gabinete do desembargador Telêmaco Antunes de Abreu recebeu o processo de investigação sigilosa contra o juiz Alexandre Farina nas férias da Relatora Elisabeth Lordes e quebrou o lacre sigiloso das provas, tendo acesso indevido ao conteúdo. 

O Desembargador deu uma decisão, tirando o corpo fora no processo: disse que na ausência da Relatora, o membro mais antigo do Tribunal é quem deveria receber a investigação. Assim, remeteu para Adauto Dias Tristão. Este, por sua vez, fez o mesmo para se livrar da bomba: recebeu o processo sigiloso e mandou devolver para a Desembargadora Relatora Elisabeth Lordes. 

Nesse vai-e-vem, ela retornou de suas férias e foi obrigada a seguir com o processo distribuído por sorteio para ela, porém com o processo sem lacre com as mídias de informação sobre a operação que ocorreu com Farina avisado dois dias antes. 

A extrema proximidade de Farina com Telêmaco de Abreu e a forte influência que exercia em seu gabinete, colocam o Desembargador e seus assessores no rol de suspeitos pelo vazamento criminoso da investigação, ao lado da cúpula do Ministério Público Estadual. 

Fontes afirmam que o vazamento ocorreu por mais de uma via. A foto da "Farra do Maraca" reforça essa  suspeita, ao revelar relações incestuosas e clima de intimidade entre investigadores e investigados, julgadores e réus.


CASO GEOTRON: FARINA VENDEU DECISÃO DE TELÊMACO

O juiz afastado vendia decisões do gabinete de Telêmaco Antunes de Abreu, considerado o seu principal ponto de negociatas no Tribunal de Justiça. A execução ocorria em conluio com assessores.

Um dos casos apurados pela FOLHA é o caso da empresa GEOTRON, em recurso movido por Guilherme Rodrigues Machado, filho do Empresário Geraldo Machado, da empresa de granito TRACOMAL. O Desembargador Telêmaco Antunes de Abreu era o Relator deste caso no Tribunal.

Alexandre Farina teria vendido uma decisão liminar no agravo de instrumento nº 00218821120198080048 para colocar Guilherme Machado no comando da empresa GEOTRON. Ele era o autor do recurso e estava em clima de animosidade com seu sócio Gustavo Lourenço Marques, à frente da Empresa.

A venda da decisão judicial envolveu diretamente o pai de Guilherme, Geraldo Machado com o juiz afastado e os assessores do gabinete de Telêmaco.

Fontes sob sigilo afirmam que se cruzarem as ERBS (localização do celular) de Farina com o Desembargador Telêmaco; de Farina com o assessor Lassiter; de Farina com o Geraldo Machado da Tracomal (pai do recorrente); e de Farina com Guilherme Machado (autor do recurso) e seus advogados, vai se descobrir toda a trama. 

O juiz afastado é o pivô nesse caso da GEOTRON. E os advogados envolvidos são conhecidos da sociedade capixaba em esquemas de venda de sentenças. 

Após a liminar ser concedida pelo Desembargador Telêmaco Antunes de Abreu, este estranhamente se declarou suspeito, saindo do processo.

O Desembargador Samuel Meira Brasil assumiu a Relatoria e cassou a decisão de Telêmaco, ao negar o recurso de Guilherme Rodrigues Machado, que havia comprado a liminar vendida por Alexandre Farina.


LEIA TODAS AS MATÉRIAS DA FOLHADOES PARA ENTENDER O CASO


 


JUIZ FAZIA ATÉ RACHID COM ADVOGADO EM PROCESSOS CRIMINAIS DE SUA VARA, DE PESSOAS HUMILDES.

Outros casos apurados pelo jornal revelam que o juiz afastado e um conhecido advogado criminalista operavam esquemas não só dentro do gabinete de Telêmaco, mas na Vara de Alexandre Farina em Serra/ES, em processos criminais de pessoas humildes. 

O magistrado mandava os acusados contratarem o advogado e fazia rachid dos valores cobrados. O dinheiro era pago após o desfecho favorável dos processos, que eram decididos pelo próprio Farina. Como, por exemplo, soltura de delinquentes.

Em um caso no gabinete do Desembargador Telêmaco, o juiz afastado e o mesmo advogado criminalista também cobraram alto valor de empresário em troca de decisão em seu favor. 

A execução do esquema também contou com os assessores, mais uma vez. Ao que tudo indica, tudo começa aí. A participação do Desembargador tem que ser melhor investigada. Esse e outros  casos serão divulgados em outras reportagens.

O advogado criminalista parceiro de Alexandre Farina chegou a ser intimado para depor na Operação Naufrágio, sigilosamente, mas faltaram provas para pegá-lo. Ninguém no mundo jurídico soube até hoje que ele chegou a ser intimado para depor nessa Operação, sendo seu nome uma novidade.


Veja os documentos citados, extraídos do agravo de instrumento nº 00218821120198080048:


* Íntegra da Liminar do Desembargador Telêmaco vendida por Alexandre Farina.


 

* Telêmaco se declara suspeito e sai do processo. 

* Íntegra da decisão do Desembargador Samuel negando o recurso e cassando a decisão de Telêmaco vendida por Alexandre Farina.