O deputado federal Evair de Mello (PP-ES), vice-líder do Governo do Presidente Jair Bolsonaro na Câmara Federal, fez  ontem, 21, desabafos pontuais sobre vários momentos da sua vida política em um grupo de WhatsApp. a terapia em grupo decorreu após enxurrada de críticas de uma ala ideológica do seu voto pela manutenção da prisão do seu colega Daniel Silveiira (PSL-RJ), preso pelo STF.

Uma das suas confissões ele se coloca como político "independente" e denuncia que o governador Renato Casagrande (PSB) e o seu antecessor, Paulo Hartung (Sem Partido), querem impedir a sua reeleição, sem mencionar o modus operandi de como esses desafetos estão trabalhando para tirá-lo da vida pública. "Eles querem tirar a minha reeleição", afirmou categoricamente.

ACORDO ESPÚRIO

Em outra conversa com o pessoal do grupo da rede social, não quis nem saber de ética e tornou público a proposta do governador Casagrande que supostamente o convidou para ser secretário estadual da Agricultura, logo após sua eleição, em 2018, para guindar o seu correligionário Marcos Vicente, seu primeiro suplente, hoje, ocupando a Secretaria de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano.

Se o fato aconteceu, o governador cometeu crime de desvio de finalidade, sem interesse público, de estratégia política, tirando um deputado eleito para favorecer o suplente que, em tese, seria seu aliado leal. A proposta já é indecente, mas Casagrande, como essa confissão de Evair poderia incorrer em crime de responsabilidade se o caso se concretizasse. 

ESPERA DO PRESIDENTE

Sobre o seu partido , o PP, Evair de Mello disse que nunca o atrapalhou na sua jornada política, mas pontuou que o partido o puniu com corte de verba do fundo partidário em decorrência de votar pautas contra orientação da sigla. como criação do fundo partidário. Quanto questionado porquê não deixa o partido, respondeu que acha justo a punição já que a "fidelidade tem seu custo".

E reclamou sobre uma suposta discriminação: "Recebi cinco vezes menos que outro candidato do meu partido", sugerindo que seja o Marcus Vicente, seu adversário direto dentro do PP e atual presidente. Sobre seu futuro político, conclui que será candidato à reeleição em 2022 e sobre outras possibilidades disse que está aguardando a filiação de Jair Bolsonaro que, segundo ele, pode se filiar ao Partido Progressista.